Aprobio

Projeto visa produzir combustíveis mais sustentáveis para aviação

Print Friendly, PDF & Email

As mudanças climáticas, resultado das emissões de gases de efeito estufa, evidenciam a importância de uma aviação mais sustentável e menos poluente, por meio de combustíveis sintéticos produzidos pela combinação de energia elétrica renovável, gás carbônico e água. Esse é o objetivo do projeto “Combustíveis Alternativos sem Impactos Climáticos” (ProQR), fruto de uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Ministério Alemão do Meio Ambiente.

O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Maximiliano Martinhão, afirma que o uso de combustíveis de fontes renováveis é uma prioridade para o país. “O RenovaBio, lançado ano passado, é uma política de Estado que objetiva justamente traçar uma estratégia conjunta para reconhecer o papel de todos os tipos de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira”, ressalta.

O secretário acrescenta que o ProQR tem como foco os combustíveis para a aviação. “Segundo dados da Secretaria Nacional de Aviação Civil, o tráfego aéreo brasileiro descarta, anualmente, cerca de 20 milhões de toneladas de CO2, com uma tendência crescente”, revela Martinhão, lembrando que, além da questão ambiental, o projeto também tem uma grande relevância do ponto de vista econômico. “O petróleo é finito e seus custos serão cada vez mais altos”, avalia.

Segundo Martinhão, o objetivo do ProQR é encontrar soluções tecnológicas mais sustentáveis, seguras e, ao mesmo tempo, economicamente viáveis para a aviação. “Esperamos chegar a um modelo eficiente, que possa ser produzido em larga escala e com preços competitivos a médio e longo prazos”, explica.

Produção descentralizada

Outro aspecto importante do ProQR é a descentralização da produção desses combustíveis, o que geraria uma série de outros benefícios, como a redução dos custos logísticos. “Estamos focando em um modelo em que o combustível possa ser produzido nos próprios aeroportos. Imagine o quanto isso trará de benefícios econômicos e para o meio ambiente? Sem falar que vai reduzir drasticamente o custo das empresas com logística e distribuição. Hoje, a produção fica concentrada em alguns estados, e o produto é enviado em caminhões para todos os aeroportos”, destaca o coordenador-geral de Desenvolvimento e Inovação em Tecnologias Setoriais do MCTIC, Eduardo Soriano.

Rede

Em 2017, o MCTIC investiu R$ 330 mil na criação da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação (RBQAV) com o objetivo de realizar pesquisas e gerar inovações no setor, por meio de parcerias entre governo, instituições de pesquisa e empresas privadas. A rede é composta por 11 instituições científicas e tecnológicas e empresas, localizadas em oito estados do país.

“Ainda no âmbito do ProQR, está previsto o comissionamento de uma planta piloto de produção de combustíveis sintéticos no Brasil. Adicionalmente, está no planejamento do ProQR a realização de testes dos combustíveis produzidos em turbinas de aeronaves, visando garantir confiabilidade às atividades aeronáuticas em atendimento às certificações internacionais”, ressalta o engenheiro químico e analista da Setec, Leonardo Jordão.

Meta internacional

Em 2016, governos de todo o mundo adotaram um acordo inédito para controlar emissões de gases de efeito estufa da aviação internacional. O Brasil é signatário do documento, que exige que, a partir de 2021, as empresas aéreas reduzam ou compensem as emissões que ultrapassem os níveis de 2020.

 

MCTIC

Veja Também

Petrobras avança na transição energética com produção de biocombustíveis

Dando continuidade à investida em projetos sustentáveis, a Petrobras (PETR4) anunciou nova parceria estratégica antes do apagar das …