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Entrevista/Plínio Nastari-Presidente da consultoria DATAGRO

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Plínio Nastari é mestre e doutor em economia agrícola pela universidade americana, Iowa State University. Nos últimos anos, tem se dedicado à coordenação dos trabalhos de sua equipe na Datagro, com clientes em 41 países. Foi professor na Fundação Getúlio Vargas (FGV), de São Paulo durante 17 anos. Desde 1978, acompanha as diferentes fases do desenvolvimento do setor sucroenergético.

Em consultorias para o governo federal, atuou como membro de grupos técnicos em áreas relacionadas ao planejamento energético, mudanças climáticas, desregulamentação, integração e disputas comerciais. Foi o economista responsável pelas disputas envolvendo açúcar, bananas e pneus na Organização Mundial do Comércio (OMC), e etanol na Corte Internacional do Comércio, em Washington.

Quais os avanços do setor sucroenergético em 2015?

Em 2015, o etanol deu continuidade na participação no Ciclo Otto, que estava em declínio. Para se mensurar, em 2009 o anidro participava com 45% na Matriz Energética Brasileira, nos três anos consecutivos caiu para 30,3%. De 2012 a 2015 voltou a crescer e atingiu no ano passado 42%.

Também podemos citar o crescimento da produção de etanol hidratado, atingindo a marca de 17,68 bilhões de litros, o que representa um aumento de 36% em relação a 2014.  No anidro, houve uma queda de 11,09 bilhões de litros para 11,05.

E quais dificuldades não foram superadas?

O elevado endividamento das usinas sucroenergéticas ainda é uma das grandes dificuldades do setor. Um entrave que foi agravado pela desvalorização da moeda brasileira. Outra dificuldade é a falta de clareza na regra de competitividade da gasolina com o etanol, o que permitiria uma melhor visão de mercado a médio e longo prazo.

Essa visão é fundamental para que o Brasil materialize o compromisso firmado na Cop-21, na França em 2015, que prevê o crescimento de três bilhões de litros nos próximos dez anos. Sem essa clareza é impossível o Brasil cumprir.

O que se pode esperar do setor este ano?

Em 2016 esperamos uma safra grande. A cana-de-açúcar é uma gramínea e, assim, responde favoravelmente às chuvas. A expectativa é de que a safra da cana tenha uma moagem na casa das 630 milhões de toneladas na região Centro-Sul.

No segundo semestre de 2016, a partir de agosto, o fenômeno climático El Ninõ deverá perder o efeito, o que afetará a curva de maturação da cana, que será mais estável. Assim, a expectativa é a recuperação dos canaviais e o aumento de ATR (teor de açúcar) na cana.

Canal-Jornal da Bioenergia

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