André Luiz D. Takahashi-Ascom Prefeitura de Votuporanga

Entrevista: Gilberto Colombo, presidente da Biocana

 

Com formação em direito e administração de empresas, Gilberto Colombo exerce a função de Superintendente da Usina Colombo, dona da marca de açúcar Caravelas, localizada em Ariranha (SP). Esse ano, Colombo assumiu a presidência da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia (Biocana).

Canal: A ligação que o senhor tem com o setor sucroenergético vem de longa data?

Sou diretor da Usina Colombo desde a sua fundação na década de 1940 com a produção de aguardente.  E em 1975, com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool),a Usina iniciou a produção de etanol na safra de 1977.

Canal: Quais são os planos do senhor para o comando da Biocana?

Os planos para este mandato é fortalecer o número de associados, com o intuito de tentar solucionar os problemas do setor na região.

Canal: Como o senhor avalia o momento atual do setor?

O momento atual é muito delicado em relação ao setor nas áreas econômica e financeira, com a restrição ao crédito, juros abusivos, inflação alta e abandono do setor sucroenergético, com várias usinas fechando as portas ou em Recuperação Judicial.

Canal: O que falta acontecer para o setor sair da crise?

Para amenizar a crise do setor seria necessária a volta da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) para corrigir os preços do etanol e, consequentemente, do açúcar que estão com seus preços abaixo dos custos de produção.

Canal: Como a crise tem afetado os associados da Biocana?

A Biocana sofreu vários desligamentos de suas associadas com a crise do setor, com a redução de custos dessas empresas.

Canal: Qual é hoje o maior desafio das entidades representativas do setor sucroenergético?

Tornar o setor autosustentável, com uma política de longo prazo de preços para o setor.

Canal: A Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, recriada na Câmara dos Deputados no último dia 7 de maio, pode ajudar efetivamente na definição de alternativas para o setor?

Estou confiante que sim, pois o setor ficou abandonado nos últimos quatro anos pelo governo federal.

Canal: O diálogo do setor com o governo federal melhorou nesse ano de 2015? O que ainda precisa melhorar?

Sim, com a criação da frente parlamentar criou-se um canal de comunicação com o governo que não existia.

Canal: O objetivo dos produtores sempre é aumentar a produtividade. Para o senhor, o que mais dificulta o acréscimo na produtividade?

Investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de cana- de- açúcar, por exemplo. Além de ser caro, levam-se vários anos para se desenvolver uma nova variedade.

Canal: Adoção de novas tecnologias para modernizar os parques industriais. Como fazer isso em tempos de crise?

É difícil, mas investir em modernização e produtividade é um dos caminhos para vencer a crise que o setor enfrenta.

Canal: Cenários futuros do setor. O senhor é otimista?

Sim, pois o setor é gerador de muitos empregos. Além disso, produz um combustível limpo de tecnologia totalmente nacional.

Canal-Jornal da Bioenergia

 

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