Embrapa Cerrado

Embrapa Cerrados apresenta resultados de pesquisa

Os resultados das ações de pesquisa & desenvolvimento e de transferência de tecnologia desenvolvidas pela Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) foram apresentados na Reunião Anual de Apresentação de Resultados 2016 da Unidade, realizada no centro de pesquisa no dia 5 de outubro e nos dias 6 e 7 no auditório da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF). Neste ano, o foco foram os resultados dos trabalhos desenvolvidos em 2015 e 2016 que fazem parte das metas da Unidade.

A programação do evento contou com 23 apresentações de pesquisas sobre as três grandes linhas temáticas trabalhadas pela Embrapa Cerrados: preservação e conservação de recursos naturais do Cerrado; sistemas de produção inovadores e sustentáveis; e inter-relações recursos naturais e sistemas de produção. Na abertura do encontro, o chefe-geral Cláudio Karia falou sobre a importância da apresentação dos resultados estabelecidos na agenda de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e das ações de Transferência de Tecnologia (TT).

“Mostrar como os resultados estão sendo construídos é fundamental para o fechamento de um ciclo de produção. É o momento em que o corpo técnico mergulha nessa discussão. Este ano, o foco são os resultados que pretendemos alcançar. Temos que mostrar, principalmente neste período de crise, o quanto somos importantes para a sociedade”, afirmou Karia. O chefe-adjunto de TT, Sebastião Pedro, apontou a motivação das equipes para que a Unidade continue a contribuir para o País. “Estamos conseguindo atingir metas e resultados importantes para a Empresa. A integração entre as áreas de P&D e TT é a base desses resultados e tem nos permitido externá-los para a sociedade”, disse.

Comunicação corporativa – o jornalista Heraldo Pereira ministrou palestra sobe comunicação corporativa, salientando que uma instituição deve ter unicidade de discurso e que a marca Embrapa é construída por cada um dos empregados. Ele lembrou que, atualmente, com a potencialização da internet, não há como controlar a disseminação da informação. “Por isso é que não dá para, fora da Embrapa, você agir diferente da bandeira que você representa”.

O jornalista explicou que mídia formal precisa de exclusividade, de fontes confiáveis, de rapidez na informação. “Tudo o que vocês são. Daí junta a fome com a vontade de comer. Mas, quando os porta-vozes não estão devidamente informados sobre o que somos, o que representamos e como as coisas funcionam, aí pode dar problema”. Ele enfatizou que a mídia formal não deve ter compromisso com corporações. “Nosso compromisso é com a opinião pública. As empresas buscam auferir cada vez mais espaço em verbas publicitárias, para isso precisam ter essa significação”.

O jornalista também tratou dos atributos da notícia. “Notícia sem reação não é notícia”. E deu dicas sobre como agir em entrevistas. “O discurso de vocês deve ser uma árvore, muitas vezes com galhos menos ou mais seguros, mas sempre uma árvore, e não uma floresta”, orientou. Segundo ele, os porta-vozes devem ter a clareza de que não há perguntas embaraçosas, só respostas. “Eu posso perguntar tudo o que eu quiser, mas você não pode responder tudo o que você quiser. Você só pode falar aquilo que sua corporação decidiu o que você vai falar”, pontuou.

“Nos momentos de crise, temos que mostrar a nossa força e porque somos importantes para o País. Essa apresentação nos abre outros olhares. Ao mesmo tempo em que temos que comunicar nossa importância, temos o desafio de fazer comunicação corporativa”, comentou Cláudio Karia.

Resultados de pesquisa – após a palestra do jornalista, o chefe-geral apresentou o relatório de cumprimento de metas da Agenda de P&D desenvolvida em 2015, enquanto Sebastião Pedro abordou os resultados e desdobramentos da Reunião Anual de Apresentação de Resultados realizada em 2015.

Os cinco resultados destacados por Karia foram: recomendações técnicas para o cultivo da cana de açúcar no Cerrado; bioindicadores de qualidade do solo em áreas sob pastagens e sistemas de Integração Lavoura-Pecuária; novos conhecimentos sobre emissões de gases de efeito estufa, sequestro de carbono, desempenho bioeconômico e balanço de carbono de sistemas de produção agropecuários do Bioma Cerrado; desenvolvimento de cultivares adaptadas aos sistemas produtivos (trigo irrigado BRS 394, forrageiras BRS Tamani e BRS Zuri, e soja BRS 7380RR); e desenvolvimento de cultivares biofortificadas de mandioca de polpa rosada (BRS 400 e BRS 401) e de polpa amarela (BRS 396, BRS 397, BRS 398 e BRS 399).

A média anual de publicações das séries Embrapa entre 2012 e 2015 foi de 15, sendo que no ano passado foram publicados 24 títulos. No mesmo período, foram realizados cerca de 296 mil downloads nas bases de dados Ainfo, Alice e Infoteca (repositórios institucionais da Embrapa), além de mais de 1,6 milhões de downloads na Biblioteca Eletrônica da Embrapa Cerrados, 74% concentrados em Circulares Técnicas, Série Documentos, Boletins de Pesquisa, Comunicados Técnicos, Recomendações Técnicas e Guias do Produtor Rural.

O total captado em recursos para pesquisa em 2015 foi de mais de R$ 8,8 milhões, sendo R$ 4,1 milhões do Sistema Embrapa de Gestão (SEG) e R$ 4,7 milhões de captação indireta. Em 2015, havia parcerias com 121 instituições externas, além de secretarias municipais e estaduais de Agricultura. A Unidade contribuiu, entre 2012 e 2015, com políticas públicas como o Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); o Programa Mais Ambiente Brasil, do Ministério do Meio Ambiente (MMA); e o Programa Pasto Verde, da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco).

Segundo levantamento do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, a Embrapa Cerrados é a unidade de pesquisa com maior nível de colaboração em parceria com outras unidades da Empresa, além de ser a mais central na rede de colaboração, considerando os projetos incorporados ao SEG.

Entre as principais ações de transferência de tecnologia realizadas em 2015, Karia destacou a atualização da relação de tecnologias incluídas no Sistema de Gestão das Soluções Tecnológicas da Embrapa (Gestec) e a realização de 115 eventos de TT, como a participação da Unidade em feiras agropecuárias em diferentes Estados; o leilão de touros jovens e matrizes Nelore BRGN em conjunto com o 1º Leilão do Teste de Desempenho de Touros Jovens, a 1ª Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto da Raça Gir e a participação na 2ª fase da Caravana Embrapa.

Por fim, o chefe-geral da Unidade elencou desafios para os próximos anos. “Precisamos ter atuação regionalizada, com a identificação de problemas e demandas para P&D e TT e a dinamização do processo de inovação, com a construção de uma metodologia de atuação que levante problemas e demandas, estabeleça uma rede de parcerias, principalmente para TT, além de formas de captação de recursos em nível territorial”, destacou.

Também estão no rol de desafios o desenvolvimento de soluções tecnológicas atreladas à Agenda de P&D e à atuação regional; a organização do portfólio de tecnologias e a garantia de disponibilização das tecnologias; a manutenção do fluxo de recursos; o aumento da eficiência dos processos administrativos e de apoio à inovação e ações em segurança da informação.

Resultados de TT- ao apresentar os cinco pilares da transferência de tecnologia, Sebastião Pedro destacou os dois mais importantes: a interface entre P&D e TT e a formação e fortalecimento de redes de parcerias nacionais de P&D e TT. “Precisamos continuar a aumentar a interação entre as equipes de pesquisa e de TT para evoluir ainda mais no alcance dos resultados da Unidade”, afirmou.

O chefe-adjunto de TT da Unidade relembrou os objetivos da Reunião Anual de Resultados de Pesquisa de 2015- Especial 40 anos, entre eles o levantamento das tecnologias desenvolvidas em quatro décadas de história, o levantamento de informações básicas de cada tecnologia para inserção no Gestec, a publicação de um portfólio histórico de tecnologias e a identificação de tecnologias que possam ter ações intensificadas de TT e comunicação.

Sebastião Pedro também apontou diversos exemplos de ações realizadas pelos setores da chefia de Transferência em 2015 e 2016, como a caracterização de territórios de agro inovação dos Cerrados para focar ações de articulação de P&D, de TT e para estabelecer prioridades, e a viabilização de um portfólio de serviços remunerados para o Centro de Transferência de Tecnologias em Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL); a participação em importantes feiras agropecuárias como a Agrobrasília e o dias de campo como o sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta na Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO); os cursos, treinamentos e tecnologias a serem transferidas pelo CTZL, como inseminação artificial em bovinos, transferência de embriões bovinos e manejo reprodutivo do rebanho.

Ao final, o chefe-adjunto de TT destacou a evolução do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Unidade, atualmente com índice de satisfação do cliente próximo a 100%. “É a aproximação cada vez maior de P&D e TT que vão garantir a inovação na Unidade. Esse é o nosso compromisso”, concluiu.

Jovens Talentos- ainda no primeiro dia de Reunião, foi realizada a premiação dos trabalhos do Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Cerrados – Jovens Talentos 2016, que ocorreu entre os dias 21 e 23 de setembro. Foram premiados os cinco melhores trabalhos apresentados nas categorias graduação e pós-graduação. O tema do primeiro lugar na graduação foi o manejo de plantas de cobertura em duas épocas e o seu efeito no rendimento do milho. O estudante Eduardo Cavalcante foi orientado pela pesquisadora Arminda de Carvalho.

Na categoria pós-graduação, o primeiro lugar foi da estudante Jamile Oliveira. O seu trabalho foi sobre a caracterização fenotípica e diversidade genética de Passiflora spp. baseada em descritores multicategóricos. Seus orientadores foram os pesquisadores Fábio Faleiro e Nilton Junqueira.

Na cerimônia de premiação, o chefe-geral da Unidade ressaltou três importantes fatores para a formação do bom profissional: ter conhecimento técnico, habilidade para se comunicar e agir com ética. “Vocês (estudantes) precisam aprender a conviver com o contraditório. Na ciência, o contraditório é essencial para que se evolua. Devem receber as críticas, analisá-las e incorporá-las, se elas forem pertinentes. Outro ponto é agir com ética. Isso está no nosso dia a dia e é essencial nas atividades profissionais”, afirmou.

 

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