Audiência pública no Senado avalia potencial da energia eólica

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Já há algum tempo a energia eólica vem tendo maior competitividade no mercado de energia brasileiro. Isso se deve principalmente a ausência de grandes projetos hidroelétricos na carteira de investimentos do país. Para ser ter uma ideia, de acordo com a Abeeólica, nos últimos anos, quase 50% dos contratos oriundos dos leilões de compra de energia tiveram origem na fonte eólica

A presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Gannoum participou recentemente de audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) onde foi debatido o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Criado em 2002, o programa do governo federal é destinado a inserir fontes alternativas na matriz energética, contribuindo para induzir o desenvolvimento e a sua expansão em grande escala, e ainda para a instalação de fábricas e para a experimentação de novas tecnologias.

Élbia diz que a fonte eólica apresenta uma capacidade de complementar a matriz energética brasileira, predominantemente hidroelétrica. Em 2030, ela estima que todas as fontes alternativas juntas deverão responder por 33% da matriz energética, a partir de novos investimentos, leilões e programas de incentivo à geração.

Élbia explicou que a evolução do progresso tecnológico energético ocorreu associada ao potencial dos recursos eólicos do Brasil, “que tem hoje o melhor vento do mundo”, e que já se prepara para atingir 10% gigawats de capacidade instalada de energia, que atende a 30% da demanda da Região Nordeste.

“Temos forte participação no Nordeste e no Rio Grande do Sul. Temos 7% da capacidade instalada. Teremos 12% na matriz, em 2020” afirmou durante a audiência.

Élbia disse ainda que três fatores devem ser levados em conta nos investimentos energéticos: competitividade, segurança e sustentabilidade econômica e ambiental. Em capacidade instalada, a executiva afirmou que o Brasil ocupa a 10ª posição, sendo o oitavo país em geração de energia eólica, e o quarto que mais investiu no setor, em 2015.

A representante da Abeeólica também citou os desafios que o Brasil enfrenta no setor energético como cenário de crise econômica com queda na demanda por energia e escassez de financiamentos.

 

 

Representante do Ministério de Minas e Energia, Eduardo Azevedo ressaltou que o Proinfa foi essencial para evolução da indústria de fontes alternativas de energia e para o barateamento dos custos. Ele observou que a energia eólica é hoje uma das mais competitivas, graças à iniciativa do governo federal.

Zilmar de Souza, representante da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única) disse durante o evento que “essa é a hora” ideal para investir em projetos de geração de energia com biomassa, oriunda dos rejeitos da produção da cana.

O uso de fontes alternativas de energia também foi defendido pelo senador Hélio José (PMDF-DF), que requereu a realização da audiência pública. Ele disse que a comissão ainda fará mais cinco debates sobre o tema.

 

Canal-Jornal da Bioenergia com dados da Agência Senado

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