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Uso de biocombustíveis pode reduzir consumo de diesel em 30 bilhões de litros

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A intensificação do uso de biocombustíveis poderia levar o Brasil a consumir 30 bilhões de diesel a menos até 2030, segundo estimativa da consultoria Oliver Wyman. Etanol e biodiesel têm papel central na redução do uso do combustível fóssil no país, mas o estudo também levou em consideração o avanço de outros biocombustíveis, como biogás, bioquerosene de aviação (ou SAF, na sigla em inglês) e o chamado diesel “verde”, também conhecido pela sigla HVO.

No relatório “How biofuels can speed up decarbonization”, a consultoria considerou três cenários – atual, moderado e acelerado – de descarbonização a partir do uso de biocombustíveis. A depender do ritmo de expansão dos renováveis no setor de transportes, especialmente etanol e biodiesel, o Brasil poderia emitir de 27,4 milhões a 71,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono a menos até o fim de 2030.

Caso o topo da projeção se concretize, os autores estimam que o Brasil cumpriria até 39% de suas metas no Acordo de Paris. O tratado, de 2015, prevê que os países adotem uma série de iniciativas para que, em 2100, a temperatura média global seja, no máximo, 1,5°C superior à dos níveis pré-industriais, o que reduziria os efeitos das mudanças climáticas.

Etanol

O Brasil é, proporcionalmente, um dos países que mais utilizam biocombustíveis no mundo. No caso do etanol, o país adota hoje a mistura obrigatória de 27,5% desse biocombustível com a gasolina, e o governo estuda aumentar a proporção para 30%.

De acordo com o relatório, ao estimular o uso de etanol para que a proporção de carros flex da frota atual que utilizam o biocombustível passe de 33% para 66%, o consumo de etanol cresceria 29% até 2030. Isso reduziria as emissões equivalentes de dióxido de carbono em 11,6 milhões de toneladas.

Biodiesel

No caso do biodiesel, o relatório lembra que o país adota hoje a mistura obrigatória de 12% do biocombustível ao diesel convencional e já definiu que elevará a fatia para 13% em abril do ano que vem, 14% em 2025 e 15% em 2026. Caso esse ritmo se mantenha, o Brasil pode chegar a 20% de mistura em 2030, o que representaria uma substituição adicional de 5% do diesel A, a principal fonte de emissões de CO2 do país, diz a Oliver Wyman. Essa mudança representaria 7,1 milhões de toneladas de CO2 a menos na atmosfera.

O aumento do uso de biodesel pode também pode ajudar o Brasil a depender menos de fornecedores externos – o país importa cerca de 25% do diesel que consome. Segundo os autores, se o Brasil conseguir atingir níveis de mistura de biodiesel semelhantes aos da Indonésia (35%), pode reduzir as importações para 5%.  Globo Rural

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