Em um cenário de crescente preocupação com a escassez de recursos hídricos e os impactos das mudanças climáticas, o uso consciente da água tem se firmado como parte fundamental das estratégias de eficiência ambiental
A existência, em sua totalidade, é permeada por relações de causa e efeito. Considerando essa máxima, a água mostra-se como um recurso tão essencial para a vida humana que, sem ela, dificilmente existiria vida no planeta. Não é à toa que evidências científicas acumuladas até aqui apontam para o fato de que os primeiros organismos vivos surgiram nos oceanos primitivos, há cerca de 3,5 a 4 bilhões de anos.
A água é, portanto, a base de toda a vida em todas as suas dimensões. Todavia, embora 70% da superfície do planeta Terra seja coberta por água, somente 3% desse montante é considerado potável (água doce). Desse pequeno fragmento adequado para o consumo humano, 12% encontra-se localizado no Brasil, sendo que 70% dessa água doce concentra-se na Bacia Amazônica.
Considerando a finitude desse recurso elementar para a manutenção da existência, torna-se cada vez mais urgente fazer um uso consciente da água. Mas o que seria esse uso? O consumo consciente da água refere-se diretamente ao uso racional e responsável desse recurso natural, de forma a evitar o desperdício e garantir que ele esteja disponível para todos.
Afinal de contas, no Brasil, a própria Constituição Federal prega que todos possuem direito ao meio ambiente limpo e preservado, seja no agora ou para as gerações futuras. Esse uso, por sua vez, passa pelo conceito amplamente difundido neste século: a sustentabilidade. A sustentabilidade comporta em si três pilares que conversam com as esferas que regem as relações sociais contemporâneas, sendo as esferas ambiental, social e econômica.
A sustentabilidade da água, portanto, encontra-se atrelada a um ciclo hidrológico saudável, renovável e suficiente para o atendimento das necessidades humanas ligadas a essas esferas. No cotidiano, por exemplo, em residências, atualmente, a instalação de redutores de vazão em torneiras e chuveiros pode ser uma excelente estratégia para diminuir o consumo de água sem comprometer o conforto.
Isso acontece porque esses dispositivos fazem a regulação do fluxo de água com base na pressão. Outra prática que pode ser estratégica no uso consciente são os sistemas de captação e reaproveitamento da água da chuva. O primeiro ponto é que esses sistemas podem, facilmente, ser adaptados a um leque amplo de realidades, desde uso em áreas urbanas até em áreas rurais.
A água coletada pode ser utilizada para lavar calçadas, regar jardins, entre outras atividades. Especialmente para agricultores, os sistemas de irrigação inteligente também representam uma alternativa de uso consciente da água, visto que irrigam as plantas com base na análise da umidade do solo, evitando o uso excessivo desse recurso.
Outra solução inteligente é o uso do filtro de água. Essa tecnologia elimina a necessidade de transportar e descartar grandes volumes de embalagens plásticas, um dos grandes poluidores do mundo atualmente. Trata-se de uma tecnologia limpa que descentraliza o acesso à água segura, favorecendo a autossuficiência.
A integração do uso racional da água às dinâmicas do cotidiano compartilhado coloca a sociedade em uma direção que conversa com os atributos da sustentabilidade. No fim, o maior desafio do mundo no nosso tempo do agora é, portanto, criar meios que permitam usar conscientemente esse recurso elementar para a manutenção da existência. (Assessoria)