Foto: Paulo Lanzetta- Embrapa Clima Temperado

Setor sucroenergético do MS investe em nova variedade de cana de açúcar  

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Viabilizar a troca de informações sobre as variedades de cana-de-açúcar utilizadas pelo setor sucroenergético foi um dos objetivos da 4ª Reunião Anual de Variedades RB no MS, que aconteceu na quinta-feira, 17 de agosto, no Auditório da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados. O evento realizado pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA/UFSCar), Associação dos Produtores de Bioenergia de MS (Biosul) e Embrapa Agropecuária Oeste. A reunião contou com a presença de técnicos de empresas conveniadas ligados ao setor sucroenergético de diversas regiões do Mato Grosso do Sul e do interior de São Paulo.

Durante a programação pesquisadores do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar da RIDESA/UFSCar apresentaram os resultados do Censo Varietal 2017/18, dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Também foram apresentados por técnicos de Usinas, alguns cases de sucesso e também casos de inovação para a maior produtividade na lavoura. Ao final do dia, foi preferida pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, José Rubens Leme Filho, uma palestra sobre os impactos da geada nas lavouras de cana-de-açúcar.

Em sua apresentação, Antônio Ribeiro Fernandes Junior, engenheiro agrônomo e pesquisador da Ridesa/Ufscar, destacou a importância de Mato Grosso do Sul em relação a adoção de novas variedades, pois das 17 Usinas que participaram da pesquisa do Censo, totalizando cerca de 59 mil hectares plantados em 2017 com cana-de-açúcar no Estado, 77% utilizam variedades RB, que foram desenvolvidas pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA). “Dentre as variedades mais plantadas, a 7ª posição ficou com a RB 975201, que teve seu lançamento em 2015 e sempre foi destaque no MS, pois é bem adaptada as condições edafoclimáticas do Estado”, disse Antônio.

“Mato Grosso do Sul demanda, atualmente, de pesquisas em outras linhas de estudo, em relação as adaptações das variedades de cana-de-açúcar as condições climáticas locais, tais como: impactos das geadas, chuvas e estiagem. Pesquisas relacionadas as doenças, pragas, reações a herbicidas, maturadores, inibidores de florescimento, manejo da palhada, enfim, são alguns exemplos das inúmeras demandas de pesquisa que o estudo in loco pode vir a realizar. A parceria com a Embrapa contribui com algumas respostas para essas necessidades, podendo proporcionar aumento da produtividade do setor”, disse Antônio.

“O setor sucroalcooleiro de Mato Grosso do Sul é um setor que avança de forma pujante. Nós da Embrapa nos sentimos muito orgulhosos de nos aproximar de uma forma organizada e complementar as atividades da Ridesa”, disse o Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus. Ele explicou que a aproximação com a Embrapa teve início há alguns anos, com uma visita do professor Geraldo Verissímo de Souza Barbosa (UFAL) e Lungas Lopes Menezes (Ridesa/Ufscar), para verificar como a Unidade poderia contribuir com as atividades e concluíram que a complementariedade seria a palavra que mais se adequa a essa parceria. “Estamos há algum tempo trabalhando em prol dessa parceria, fomos recentemente confrontados com uma geada e esse está sendo considerado um tema prioritário para que a Unidade faça essa interface e trabalhe em complementariedade as ações da Ridesa”, disse Asmus.

A técnica de desenvolvimento agronômico da IACO Agrícola, de Chapadão do Sul (MS), Letícia Vieira da Silva, que participa desde o ano passado das reuniões anuais, explicou esse momento de trocas de informações é muito importante. “As reuniões apresentam muitos dados e proporcionam esclarecimentos e orientações de atualização de variedades e escolhas que estamos usando e que vamos usar. Dá uma direção clara e nos mostra se estamos ou não seguindo o caminho correto”, explicou ela.

Conheça a Ridesa – A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Sucroenergético (Ridesa) foi formada por um convênio de cooperação técnica entre Universidades Federais. Assim, as atividades de pesquisa da Ridesa são desenvolvidas e partilhadas entre todas as universidades, estimulando o intercâmbio de informações, de conhecimento e de resultados.

A definição da nomenclatura das variedades de cana-de-açúcar da rede Ridesa é utilizada a sigla RB “República do Brasil” que é registrada no Germplasm Committee of International Society of Sugar Cane Technologists (ISSCT). A numeração é seguida do ano de cruzamento e posteriormente do código referente à respectiva Universidade, que representa o local de seleção da variedade.

Para que estas novas variedades sejam criadas, a Ridesa conta com inúmeras bases de pesquisa espalhados pelo Brasil, englobando Laboratórios das Universidades, Estações de Cruzamento, Estações Experimentais e Bases de Seleção, sendo essas últimas conduzidas em parceria com as empresas do setor canavieiro.

Embrapa Agropecuária Oeste

 

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