A safra de cana-de-açúcar no Brasil em 2025 está sendo marcada por queda na produção e qualidade, reflexo direto de condições climáticas adversas e dos incêndios que atingiram áreas produtivas no ano passado. Segundo estimativas para o Centro-Sul, principal região produtora, o volume deve ficar em torno de 599 milhões de toneladas – uma retração de 3,7% em relação a 2024.
A produtividade média (TCH) caiu para cerca de 76 toneladas por hectare e o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis), indicador de qualidade da matéria-prima, ficou em 133,66 kg/t, abaixo do ciclo anterior. Essa redução afetou diretamente a produção de etanol hidratado, que registrou queda de 19%, somando 3,3 bilhões de litros. Por outro lado, o etanol de milho vem ganhando espaço, já respondendo por 27% da produção nacional.
“Em razão das condições climáticas desfavoráveis à operacionalização da colheita, principalmente em virtude das chuvas no oeste de São Paulo e nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, o ritmo da moagem … ficou aquém do processamento histórico de cana-de-açúcar para o período”, diz o diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues,
Em 2026
Para 2026, as projeções indicam possível recuperação, dependendo do comportamento das chuvas no fim de 2025. O setor aposta em tecnologias como maturadores químicos, capazes de elevar o ATR em até 8% mesmo sob condições desfavoráveis, além de investimentos em irrigação e manejo de solo. Também cresce a diversificação de fontes, com o avanço do etanol de milho em novas regiões.
Com a combinação de inovação, adaptação e, principalmente, condições climáticas mais favoráveis, o Brasil deve manter sua liderança global na produção de açúcar e etanol, reforçando o papel estratégico do país na matriz energética e no mercado mundial de biocombustíveis.
Canal-Jornal da Bioenergia