O hidrogênio verde (produzido via eletrólise usando fontes renováveis como solar e eólica) está ganhando tração, ainda que o mercado mundial — e o Brasil em particular — enfrente desafios de escala, custos e infraestrutura. Atualmente, o hidrogênio verde representa menos de 0,1% da produção global — cerca de 3× mais caro que o hidrogênio cinza (convencional).
Relatórios projetam queda nos custos de produção em 60‑80 % até 2030, chegando possivelmente a US$ 1‑2/kg com o avanço da tecnologia e incentivos . A União Europeia, Japão, Coreia do Sul, EUA e Austrália já traçam metas de até 40 GW de eletrolisadores na UE, subsídios bilionários e hubs regionais nos EUA, Japão gastando US$ 21 bi até 2038. Grandes projetos estão no radar: a usina NEOM na Arábia Saudita (4 GW, 600 t/dia até 2026) Holanda e Índia também com iniciativas robustas,
Potencial e política
Lei do Hidrogênio Verde (Lei 14.948/2024) cria marco regulatório, incentivos fiscais e sistema nacional de certificação (SBCH2)
O Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2) prevê plantas‑piloto até 2025, mas o investimento público é modesto (cerca de R$ 200 mi)
O Pacto do Hidrogênio Renovável (2023‑25) cobre 65 iniciativas de P&D .
Projetos em curso
Pecém-CE: hub em formação, parceria com Porto de Roterdã, Fortescue com aporte de US$ 5 bi h2-
Bahia (GoVerde Energia): complexo de R$ 5,4 bi + R$ 3,6 bi em solar para metanol, amônia, oxigênio — 1,5 GW .
Unigel (BA): primeira planta industrial já está avançada, produzindo ~40 mil t/ano de H₂ e 240 mil t de amônia verde
Desafios
Falta infraestrutura: dutos, armazenamento, terminais portuários ainda em construção;
Regulamentação precisa se alinhar com padrões europeus para exportação
Competir por investimento público e privado frente a países com fundo bilionário (EUA, UE, EUA, Japão).
Desafios no Brasil
Continuar evoluindo o marco legal — aperfeiçoar certificação e harmonizar com normas europeias.
Turbinar infraestrutura portuária, logística e dutos, especialmente em hubs estratégicos.
Atrair parcerias internacionais — com UE, Canadá, governos com capital e expertise.
Explorar cadeias químicas — amônia, metanol e oxigênio verde têm alto potencial exportador.
Apoiar P&D em eletrolisadores eficientes, extrapolando do protótipo de 95% de eficiência da Austrália .
Canal-Jornal da Bioenergia