Pluricana : reforço na pesquisa para melhoramento genético

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O Programa Plurianual Integrado de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Cana-de-açúcar (Pluricana), que reúne 22 instituições públicas de ensino, apresentará os resultados da rede de pesquisa em um workshop, no próximo mês de março.

Segundo o coordenador e pesquisador da Embrapa Agroenergia e coordenador- geral do Pluricana, Hugo Molinari, o objetivo é divulgar para toda a sociedade e para o setor os resultados do programa financiado pelo Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). A previsão é que o evento, com palestras  e mesas redondas, seja realizado em Ribeirão Preto (SP). O município  foi  pré-selecionado por estar em uma região de forte  trabalho no setor sucroenergético e concentrar empresas e indústrias. “Queremos reunir o setor e divulgar os resultados em conjunto”, revela.

O programa

O Pluricana teve início em janeiro de 2017 e prazo de execução de 30 meses para desenvolver toda a cadeia da cana-de-açúcar por meio da constituição de  uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação, integrando e ampliando a base genética utilizada pelos programas de melhoramento.

Dentre os participantes do projeto, há dois institutos estaduais — o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) —, sete unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), dez universidades ligadas à Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) e três universidades estaduais.

O programa agrega uma série de instituições públicas que trabalham com a pesquisa pública e é um verdadeiro consórcio de instituições com parceiros de vários estados do Brasil. O objetivo principal é acelerar a capacidade de pesquisa e desenvolvimento e, consequentemente, otimizar a produção. “As pesquisas incluídas já estão em andamento.  O Pluricana permite potencializa-las e dar um fôlego às pesquisas públicas que estão cada dia mais sem recursos”, elucida Molinari. O financiamento de aproximadamente R$ 13 milhões é fundamental para  os trabalhos que também foram afetadas pela crise que o país enfrenta. “Há falta de capital e também há uma necessidade de investir no uso da tecnologia”, complementa.

Os braços do Pluricana abarcam a cadeia da cana. Entre os pontos há estudos para enriquecimento do banco de gemoplasma, com o foco de desenvolver variedades genéticas mais produtivas para uma melhor adaptação em diferentes regiões do Brasil, e representa uma tentativa de amenizar o déficit de investimento existente nas instituições oficiais – sistema RIDESA e IAC – no que se refere à área de melhoramento genético. Estima-se que, na atualidade, esses investimentos, considerando as captações públicas e privadas, girem em torno de US$ 2,50, por hectare. Em 2000, os valores de investimento no Brasil eram de US$ 1,14, por hectare, enquanto na Austrália era de US$ 11,81 e no Caribe, US$ 14,44.

O coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana – de- Açúcar da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e diretor da Ridesa, Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa, destaca que o Programa permite selecionar variedades superiores – em açúcar e biomassa. “Além disso, há a integração de instituições, até mesmo com outros países, e o aprimoramento do banco de gemoplasma”, pontua. Atualmente, a Ridesa possui 94 variedades comerciais de cana.

Também existem linhas que trabalham com pesquisas em biotecnologia, fitosanidade, doenças da cultura e espécies resistentes a estas doenças. Já o IAC desenvolve variedades geneticamente modificadas, além de espécies específicas para a geração de energia. Outra inovação é a fixação biológica na cultura da cana, que ainda não é comercial e permite o uso de inoculantes para economizar no uso de adubos nitrogenados.

Além de trabalhar com a cana-de-açúcar, os estudos englobam ainda soluções para a cogeração de energia, com culturas como Arundo donax (a cana gigante), capim-elefante, casca de coco-verde, sorgo sacarino e sorgo biomassa.

 Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

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