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A bioenergia e o transporte sustentável

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Atravessar continentes e viajar milhares de quilômetros em poucas horas são privilégios proporcionados pelas grandes invenções da humanidade relacionadas ao transporte terrestre, aéreo e marítimo. Porém, o progresso cobrou o seu preço, pois com o aumento no volume de veículos e no consumo de energia originada da queima de combustíveis fósseis o ecossistema ficou fragilizado. Como consequência da alta concentração de CO2 na atmosfera, acelerou-se o processo de aquecimento global.

É certo que os efeitos negativos das emissões de carbono são amplamente conhecidos, sobretudo entre os profissionais da tecnologia, dos setores da indústria, agropecuária e transporte. Mas, apesar de serem os principais emissores, também são direta ou indiretamente afetados pelo efeito estufa e o desequilíbrio no meio ambiente, afinal, ocasionou-se a escassez dos recursos naturais necessários para sustentar o ritmo da linha de produção.

Diante disso, o maior desafio deste século é conciliar os avanços tecnológicos com a sustentabilidade, de modo a garantir a qualidade de vida da espécie. Entre as alternativas em desenvolvimento, o uso de biomassa para a geração de bioenergia tem apresentado performances promissoras, inclusive a nível de aceitação social. O Brasil, por exemplo, foi um dos primeiros países a produzir e utilizar biocombustíveis como bioetanol.

Inovações brasileiras

O nível de comprometimento nacional com uma produção sustentável de energia se evidencia nos retornos obtidos com os investimentos das últimas décadas. Em síntese, o aperfeiçoamento das técnicas tradicionais, aliado com a procura por novas fontes e maneiras de produzir biomassa proporcionaram a diversificação da matriz energética e reduziu a dependência dos combustíveis fósseis, especialmente nos veículos.

Segundo um estudo divulgado pela Embrapa Sergipe (SE), intitulado “Uso da Biomassa para a Geração de Energia”, o Brasil possui condições ideais de clima, área agricultável e reservas de água para gerar e se beneficiar da biomassa. Por isso, mesmo que a participação dessa fonte energética esteja abaixo do potencial possível, na medida em que a estrutura produtiva passa a exigir a ampliação no fornecimento de energia, pode-se implementar esse recurso em larga escala, segundo os preceitos da sustentabilidade.

A utilização de fontes de energia limpa, aplicada para diferentes aspectos, já se tornou uma realidade. O Brasil, sem sombra de dúvidas, é uma forte referência mundial nas alternativas advindas da biomassa. Conheça as criações e conquistas mais recentes:

Biogás feito com bagaço de maçã
Cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do ABC (UFABC) produziram uma tecnologia que aproveita os rejeitos industriais para produzir biogás. Sabendo que fábricas de sucos, cidras e vinagres descartam resíduos da maçã, a equipe aproveitou o material no experimento. Assim, com 36,61 litros de metano por quilo de sólidos removidos, conseguiram gerar cerca de 1,92 kWh e 8,63 megajoules (MJ) de calor por tonelada.

Biometano como solução para transportadoras
Montadoras de frotas de caminhões, como a Scania, começaram a comercializar veículos movidos a gás natural ou biometano. De acordo com a empresa, o potencial produtivo nacional permite substituir 70% do gás natural e 44% do óleo diesel. Além de reduzir os custos no transporte de mercadorias, essa alternativa contribui na redução da emissão de carbono.

Baixa emissão de CO2 em carros movidos a etanol

A Stellantis e a Bosch realizaram testes com veículos e concluíram que o Etanol (E100) performa uma emissão de CO2 próxima ao de um carro 100% elétrico. A diferença entre as duas opções foi de 25,79 kg CO2eq para 21,45 kg CO2eq, respectivamente. O resultado foi tão promissor que a fabricante passou a entender o Etanol como fundamental para a descarbonização no país.

20% do setor de transporte utiliza combustíveis renováveis
Com apoio da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), há a destinação de recursos públicos, além dos incentivos fiscais, para a descarbonização nacional. No mercado, somam-se mais de 361 usinas supraenergéticas, com taxas de crescimento no volume de produção cada vez mais crescentes.

Os benefícios da bioenergia estão conectados com a construção de maneiras mais sustentáveis de progredir econômica e socialmente.

Em razão da demanda por inovações, este é um segmento que está aquecido para os profissionais de tecnologia ou que possuem cursos como o de Análise e Desenvolvimento de Sistemas   pois dominam a técnica necessária para projetar e testar softwares e novos sistemas de inovações. Ademais, as tendências para o futuro próximo apontam para maior conscientização e responsabilidade ambiental. (Canal-Jornal da Bioenergia com Conversion News)

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