Matriz energética brasileira receberá investimentos de R$ 400 bilhões nos próximos dez anos

O cenário positivo para investimentos é fruto de um ambiente de negócios que prima pela segurança jurídica e regulatória e pela previsibilidade

As políticas brasileiras de bioenergia são referência internacional e o Brasil continuará expandindo a sua matriz energética, com investimentos da ordem de R$ 400 bilhões previstos para os próximos dez anos. As informações são do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao afirmar, no Fórum de Investimentos Brasil 2021, ocorrido nesta segunda-feira, 31/05, que o Brasil, um dos países mais ricos em recursos renováveis para produção de energia, é um grande mercado para os investimentos em energia.

Bento Albuquerque destacou que o Brasil tem contribuído para um mundo sem emissões no futuro. – Foto: Bruno Spada

No evento, aberto pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro participou do painel “Transição Energética no Brasil: Importância das Energias Renováveis e do Investimento Estrangeiro Direto”. Sob a moderação da CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Gannoun, Bento Albuquerque enfatizou o potencial da matriz elétrica, que tem hoje 85% de fontes renováveis, a matriz energética com 49%, e destacou a energia eólica que, no Nordeste e no Sul, já responde por quase 11% da geração de energia.

Participaram do mesmo painel a presidente da empresa internacional de energia, Equinor Brasil com sede na Noruega, Verônica Rezende Coelho, o CEO da holding EDP Brasil, João Marques da Cruz e o gerente do Setor de Infraestrutura e Energia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Jose Agustín Aguerre. Para Verônica Coelho, “todos os povos merecem se beneficiar e usufruir do acesso à energia com preços estáveis e justos. Nosso desafio é trazer esses benefícios a todos os povos, porém, de maneira sustentável”, declarou a representante da Equinor, que, na ocasião, anunciou investimentos no Brasil de mais de 15 bilhões de dólares até 2030.

Cenário positivo

O ministro destacou que o Brasil tem contribuído de forma relevante na perspectiva de um mundo sem emissões no futuro. E lembrou que, nos últimos dois anos, mesmo diante de uma crise pandêmica, houve investimentos no País da ordem de Us$ 30 bilhões provenientes de 17 países no setor de energia e de mineração. “É uma evidência de que temos um ambiente de negócios favorável a investimentos”, ressaltou Bento Albuquerque.

Ele destacou o êxito dos leilões já realizados e reafirmou a execução daqueles programados ainda para 2021: dez leilões de geração elétrica, dois leilões de transmissão de energia, três de petróleo e gás, e quatro leilões no setor de mineração. “Esse cenário positivo de investimentos tem ocorrido porque temos um ambiente de negócios que prima pela segurança jurídica e regulatória e pela previsibilidade”, enfatizou Albuquerque.

Planejamento

Ao falar de futuro e de transição energética, o ministro destacou a importância do planejamento. Ele lembrou que o Brasil possui um Plano Decenal de Energia (PDE), atualizado a cada ano, e um Plano Nacional de Energia (PNE), de 30 anos. Destacou os estudos relativos ao hidrogênio verde e anunciou a apresentação, em junho, do Programa Nacional do Hidrogênio, “considerado a fonte energética do futuro”.  “A eólica offshore é outra fronteira que se apresenta, onde temos já temos 32 gigawatts de projetos, especialmente nas regiões Nordeste e Sul. Até o final do ano vamos apresentar um marco regulatório para essa importante fonte energética que o Brasil terá como um dos pilares da sua matriz elétrica no futuro”, afirmou Bento Albuquerque.

O ministro ressaltou que o governo brasileiro continua trabalhando com determinação na modernização do setor elétrico e nos leilões de energia, e que o País continuará com as ações de exploração e produção de petróleo, “tudo feito com planejamento e com controle da ação planejada”. “Somos um país atrativo para investimentos e acreditamos que melhorando a nossa governança e atualizando os nossos marcos regulatórios, a exemplo da nova lei do gás e a própria modernização do setor elétrico, esses investimentos se tornam muito mais atrativos e poderemos gerar renda, desenvolvimento e transformar a nossa abundância de recursos naturais em riqueza para a nossa sociedade”, declarou.

BIF

O Fórum de Investimentos Brasil 2021 (BIF) é um evento internacional sobre atração de investimentos estrangeiros para o Brasil, organizado pela Apex-Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Governo Federal, que será realizado em modo online em 31 de maio e 1 de junho de 2021.

Considerado o maior evento de investimentos estrangeiros da América Latina, o BIF reunirá autoridades do governo federal, estaduais e executivos de grandes empresas do Brasil e do mundo, além de representantes da academia, imprensa e formadores de opinião.

Nesta edição, o Fórum destacará as oportunidades de investimentos em setores estratégicos, como agronegócios, energia, infraestrutura, inovação, saúde e tecnologia, entre outros. Esta será uma oportunidade única para discutir as melhorias no ambiente de negócios no Brasil. (Assessoria MME)

 

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