Geração de bioeletricidade registra alta em 2020

Em 2020, a geração de bioeletricidade (incluindo os resíduos sucroenergéticos, biogás, lenha, lixívia, resíduos de madeira, capim elefante, casca de arroz) para a rede foi de 27.476 GWh. Alta de 0,9% em relação a 2019. Os dados são do Boletim de Bioeletricidade da UNICA, elaborado a partir de dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

No ano passado, o setor sucroenergético foi o responsável por 82,3% da energia elétrica gerada a partir de biomassa. Ou seja, 22,6 mil GWh ofertados à rede. Volume que representou crescimento de 0,9% na comparação com 2019.

Oferta estratégica
O gerente de Bioeletricidade da UNICA, Zilmar Souza, ressalta que bioeletricidade ofertada pelo setor sucroenergético representa uma geração estratégica para o país, já que equivale: a 5% do consumo anual de energia elétrica ou a atender 11,7 milhões de residências; evitou a emissão de CO2 estimadas em 6,3 milhões toneladas, marca que somente seria atingida com o cultivo de 44 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos; além de representar 30% da geração de energia elétrica pela Usina Itaipu em 2019, 56% da geração pela Usina Belo Monte em plena operação e 40% de toda a geração hidrelétrica no estado de São Paulo em 2020.

Souza acrescenta ainda que, dos 22,6 mil GWh gerados para a rede, 18,7 mil GWh (83%) foram ofertados entre maio e novembro. Este período é o mais seco e crítico para o setor elétrico brasileiro, responsáveis por deslocar térmicas caras e poupar água nos reservatórios das hidrelétricas. “Isso mostra relevância dessa geração não intermitente para a segurança energética do sistema e a modicidade tarifária na conta final do consumidor.”

“Em 2020, estimamos que essa geração da bioeletricidade da cana para a rede poupou 15% da energia capaz de ser armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro. Lembrando que, em dezembro de 2020, a energia armazenada nos reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste fechou em apenas 18,7%”, avalia Souza.

Iluminando o mundo
Além disso, o boletim também mostra que, considerando os últimos 10 anos (2011-2020), a geração acumulada de bioeletricidade sucroenergética para a rede foi de 186.436 GWh, geração que seria suficiente para suprir o consumo de energia elétrica do mundo por 3 dias, da União Europeia por 22 dias, da Europa por 17 dias, da China por 10 dias, dos Estados Unidos por 12 dias, e das Américas Central e do Sul por 62 dias. (Unica)

Veja Também

Tecnologia verde aproveita palha de milho para gerar bioderivados de alto valor com economia

Em estudo publicado no Biofuel Research Journal, pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Tecnológica Federal do …