Com a produção brasileira de etanol de milho projetada para alcançar cerca de 10 bilhões de litros até o final de 2025, o setor entra em 2026 em um momento decisivo. A tendência é de continuidade do crescimento, porém em um cenário mais exigente, marcado pela necessidade de consolidação industrial, eficiência logística e segurança regulatória.
O etanol de milho já se firmou como um dos pilares da diversificação da matriz energética nacional, especialmente nas regiões produtoras de milho de segunda safra. Para o próximo ano, a expectativa é de avanço moderado da produção, sustentado por investimentos realizados nos últimos ciclos e pelo aumento da participação desse biocombustível no mix nacional.
Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), o setor vive uma transição importante. “O etanol de milho deixou de ser complementar e passou a ocupar um papel estratégico na produção brasileira de biocombustíveis, garantindo oferta durante todo o ano e fortalecendo a segurança energética do país”, destaca a entidade.
Apesar do cenário positivo, os desafios para 2026 são relevantes. O principal deles está no custo e na disponibilidade do milho, em um ambiente de maior competição com os mercados de exportação e de ração animal. “O crescimento do setor precisa caminhar junto com o planejamento da oferta de grãos, para evitar pressões excessivas sobre preços e margens”, alerta a Unem.
A logística segue como outro ponto sensível. O aumento da produção exige infraestrutura eficiente para o transporte do milho e do etanol, além de capacidade adequada de armazenagem. Gargalos históricos em rodovias e ferrovias podem impactar a competitividade do biocombustível, especialmente em regiões mais distantes dos grandes centros consumidores.
O ambiente regulatório também será determinante em 2026. De acordo com a Unem, “a previsibilidade das políticas públicas, especialmente das regras de mistura de etanol à gasolina e da tributação, é fundamental para dar segurança aos investimentos e estimular o consumo”. Discussões sobre misturas mais elevadas de etanol podem abrir novas oportunidades, mas dependem de definições técnicas e institucionais.
Outro desafio é avançar na sustentabilidade e na integração da cadeia produtiva, com maior aproveitamento de coprodutos e redução da pegada de carbono. Esse movimento reforça a competitividade do etanol de milho tanto no mercado interno quanto em eventuais mercados externos.
Dessa forma, 2026 tende a ser menos um ano de expansão acelerada e mais um período de maturidade do setor. Como resume a Unem, “o foco passa a ser crescimento com eficiência, equilíbrio de mercado e visão de longo prazo”. Um caminho essencial para consolidar o etanol de milho como protagonista da transição energética brasileira.
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