Entrevista | Wilder Morais. “Governo vai incentivar a indústria goiana”

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O ex-senador Wilder Morais é o novo chefe da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (Sic) do Estado de Goiás. Formado em engenharia civil, na antiga Universidade Católica de Goiás (UCG), hoje Pontifícia Universidade Católica (P UC) e se destacou como empresário na construção civil.  Entrou na política nas eleições de 2010 e assumiu vaga no Senado em 2012. Nesse período, trouxe para Goiás cerca de R$ 4,5 bilhões, recursos destinados a áreas como saúde, educação, infraestrutura. É também o responsável por implantar as universidades federais de Jataí e de Catalão, além de ter aprovado no PPA a criação das universidades do Norte e Nordeste do Estado. É de sua autoria o projeto – que hoje virou lei e está em vigor – que permite que empresas e pessoas físicas façam doações às universidades para projetos específicos. Conquistou, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a aprovação do projeto que prevê mudanças substanciais no Estatuto do Desarmamento.

Canal: Jornal da Bioenergia: De que forma o Governo de Goiás pretende atrair novas empresas e investimentos para o Estado?

Wilder Morais: A Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (SIC) está iniciando uma série de medidas para a atração de novas empresas, como a realização de promoção comercial sistemática e assertiva de Goiás, promovendo a formação e o desenvolvimento de redes de negócios no exterior e no país, a criação de site  “Como investir em Goiás”, com disponibilidade de áreas, dos benefícios fiscais e estabelecimento de metas.

O Estado quer atrair investidores nacionais e estrangeiros, neste sentido com especial atenção especial aos asiáticos. Com intuito de melhorar a lucratividade das nossas indústrias já instaladas vamos criar um programa de atração das fornecedoras de matéria-prima e insumos das nossas indústrias fortalecendo a cadeia produtiva.

Canal: Como Goiás vai incentivar os setores de biocombustíveis e bioenergia, diante dos atrativos dos outros estados que possuem uma logística melhor?

Wilder: Goiás tem uma grande vantagem competitiva em relação a São Paulo e Minas nestas atividades, que são a produção de produtos primários, como soja e milho e a posição geográfica, inclusive em relação a irradiação solar.

A indústria de biocombustíveis utiliza produtos que são cultivados em Goiás, que bate recordes ano após ano em sua produção. Estes grãos seguem sem cobrança de impostos para as indústrias, que ainda podem aderir aos programas de Desenvolvimento, como Crédito de Investimento e o Produzir. Goiás tem localidades, como o nordeste goiano, com excelente viabilidade técnica de captação da energia solar favorável para a produção desta energia renovável, inclusive tem investimento anunciado em 2019 para o setor de mais de 1 bilhão de dólares.

Canal: Os incentivos fiscais dentro dos Programas Fomentar e Produzir serão mantidos?

Wilder: Todos os programas de incentivos e benefícios fiscais de Goiás foram mantidos e garantidos até 2032. Goiás continua e continuará sendo agressivo na sua política de desenvolvimento. O Programa Fomentar e Produzir e seus subprogramas (Logproduzir, Comexproduzir, Centroproduzir), além de outros benefícios como o Crédito Especial de Investimento, benefícios para montadoras de veículos, etc, foram reinstituídos no Estado de Goiás recentemente, o que traz uma segurança jurídica ainda maior, pois não há mais discussões jurídicas sobre a política de incentivo fiscal de Goiás.

Canal: E o Fundo Constitucional do Centro-Oeste terá mudança?

Wilder: O Conselho do FCO é presidido pela Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços e faz parte do planejamento da secretaria um fortalecimento do Conselho de Desenvolvimento Estadual (CDE) Tornar o conselho mais atuante, devolvendo o FCO para Conselho de Desenvolvimento do Estado.

Temos que criar limites, prazos e taxas diferenciadas para regiões prioritárias, como exemplo, no nordeste goiano ou em caso de emergência como no caso do município de Abadiânia, além de aumentar o limite de recursos para a Goiás Fomento e cooperativas de crédito e exigir uma maior transparência no andamento dos projetos nos agentes financeiros Banco do Brasil. Queremos ainda apoiar os projetos para empreendimentos turísticos.

Agora, especificamente para o setor industrial já destacamos 50% dos recursos para 2019, que somam quase 1,5 bilhão de reais para a atividade comercial, o que irá atrair vários investimentos para o setor, promovendo desenvolvimento, emprego e renda.

Canal: Como o governo pretende estimular as indústrias já implantadas no Estado?

Wilder: Nós da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços estamos desenvolvendo um projeto para incentivar que os produtos primários produzidos em Goiás sejam aqui industrializados. Em 2018, 49% da soja produzida no Estado foi exportada, principalmente para a China. Sabemos da importância da exportação e de se manter a balança comercial positiva, mas tão importante quanto é industrializar nosso Estado, gerando emprego aqui para os goianos e recolhimento de impostos, vamos discutir com todo o fórum empresarial e levar nossa proposta ao Governador, tomando medidas semelhantes às que nossos estados vizinhos já tomaram.

Temos grande vocação para as agroindústrias e não podemos esquecer que 2018 foi marcado pela maior retração do setor industrial goiano com uma queda de 4,5%, o que levou nosso Estado a ter o pior resultado do ano no País e o seu pior da história. Nosso objetivo é  proporcionar um melhor ambiente para a Agroindústria. Em alinhamento com o setor, estaremos no mês de abril na Tecnoshow com espaço SIC junto com a prefeitura e o Sebrae para atender as demandas do agronegócio.

Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

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