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Entrevista: Antonio de Padua Rodrigues -Diretor Técnico da Unica

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Membro da equipe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) desde 1990 onde exerce o cargo de Diretor Técnico desde 2003. Foi coordenador de Administração e Finanças do Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-Açúcar (Planalsucar) e Supervisor Administrativo-Financeiro dos projetos financiados pela Secretaria de Tecnologia Industrial (STI) do Ministério da Indústria, Comércio e Tecnologia (MICT). Em 1983, implantou junto aos fornecedores de cana o Sistema de Pagamento de Cana por Teor de Sacarose (SPCTS).  É formado em administração de empresas pela Faculdade de Administração de Empresas, Serviço Social e Educação de Americana (SP), com especialização em Administração de Projetos na Faculdade de Economia e Administração (FEA) da Universidade de São Paulo.

Aprimorar o desempenho industrial

Como a Unica avalia o ano de 2015 para o setor sucroenergético?

A gente pode considerar que o ano de 2015 foi de transição para o setor. Tivemos um período com preço da gasolina constante. No final de 2014, a Petrobras reajustou gasolina em 3%. No começo de 2015 a gasolina subiu 0,20 centavos. Em novembro, alguns estados aumentaram o ICMS da gasolina, como Minas Gerais, com redução do imposto para o etanol hidratado. O etanol hidratado gerou uma real liquidez às empresas.

Quais as perspectivas para 2016 ?

Ninguém vê um cenário no qual o câmbio vá se alterar ou no qual o Brasil vai aumentar a comercialização de açúcar. Tudo indica que na próxima safra a oferta de cana será maior ainda que a 15/16. Isso trouxe um novo ânimo. Foi uma safra boa em termos de produtividade agrícola, podendo chegar a 12% superior à safra anterior, mas vamos perder 5% de ATR, uma vez que a qualidade da matéria prima caiu. Trata-se de uma safra cara, com muitos dias parados e safra longa.

Para os anos subsequentes, não devemos verificar alterações do preço da gasolina, graças ao endividamento da Petrobras. Já o mercado de açúcar é promissor. Dificilmente outro país poderá suprir um incremento grande na demanda mundial.

Agora, as empresas devem buscar,  com muita determinação e foco, o melhoramento industrial. Serão raros novos investimentos em usinas.

É cedo para falar da próxima safra – não acredito que será uma safra mais açucareira, mas sim alcooleira graças à questão da liquidez e do bom preço do etanol hidratado.

A longo prazo, eu diria que o compromisso que foi apresentado pelo país é bastante animador – de  produção de 50 bilhões de litros de etanol carburante para 2030. Hoje, estamos basicamente na faixa de 28 bilhões de litros. Agora é o momento das definições das politicas publicas para que essa meta seja alcançada.

Para a bioeletricidade, o mercado livre não tem expectativa de bons preços, mas devem voltar os leilões do governo federal para viabilização de projetos e contratos em longo prazo.

Canal-Jornal da Bioenergia

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