Com safra 24/25 encerrada, usinas da Paraíba se preparam para novo ciclo a partir de agosto

A safra 2024/2025 foi encerrada com resultados positivos para o setor sucroenergético da Paraíba. As usinas do estado moeram 7.406.179 toneladas de cana-de-açúcar, volume 1% superior ao registrado na safra anterior. A produção de açúcar foi o principal destaque, com crescimento expressivo de 28%, saltando de 230.059 para 293.437 toneladas.

De acordo com o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), a produção total de etanol também apresentou alta de 4%, alcançando 398.271 m³. Esse aumento foi impulsionado pelo crescimento de 40% na fabricação de etanol hidratado, que subiu de 169.593 para 236.720 m³. Já o etanol anidro teve queda de 24%, passando de 211.538 para 161.551 m³.

Com o encerramento do atual ciclo, o setor já se organiza para o início da safra 2025/2026, previsto para meados de agosto.

Desempenho da safra 24/25:

Cana-de-açúcar: crescimento de 1% (de 7.341.806 para 7.406.179 toneladas)
Açúcar: aumento de 28% (de 230.059 para 293.437 toneladas)
Etanol total: crescimento de 4% (de 381.131 para 398.271 m³)
Etanol hidratado: aumento de 40% (de 169.593 para 236.720 m³)
Etanol anidro: queda de 24% (de 211.538 para 161.551 m³)

No cenário regional, a Paraíba se consolidou como o terceiro maior produtor de cana-de-açúcar e açúcar do Nordeste e o segundo maior produtor de etanol da região.

“ Tivemos notáveis avanços tecnológicos na safra 24/25, como a utilização de drones para aplicações localizadas de combate a pragas, obtendo assim elevada economia. Destacamos também mais avanços efetivos nas questões sociais, com mais vagas para mulheres, nas questões ambientais, com o crescimento da mecanização da colheita, e no fortalecimento dos vínculos associativos e nas relações do trabalho, isso é essencial ”, disse Edmundo Barbosa, presidente-executivo do Sindalcool-PB.

Açúcares e melaços lideram exportações da Paraíba

Os derivados da cana também se destacaram na balança comercial. Em 2024, o principal produto de exportação da Paraíba foi a categoria “Açúcares e melaços”, que representou 49% do valor total exportado pelo estado, segundo dados do Comex Stat.

Incerteza com taxação americana

O recente aumento tarifário imposto pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros, conhecido como “tarifaço de Trump”, que deve começar em 1 de agosto, pode gerar sérios prejuízos à economia da Paraíba.

Com a taxação de 50% sobre as exportações brasileiras de açúcar, ainda não se sabe se a Paraíba perderia o direito de utilizar sua parcela da Cota Preferencial destinada ao mercado norte-americano — um volume de 9.758 toneladas, dentro do total de 146.611 toneladas asseguradas por lei aos estados do Nordeste.

Outro ponto de preocupação é o histórico de pressões diplomáticas dos EUA para acabar com o imposto de importação de 18% sobre o etanol de milho americano.

Como foi divulgado no último dia 15 de julho, o Representante Comercial dos EUA (USTR, em inglês) iniciou uma investigação contra as exportações brasileiras, com base na Seção 301, alegando práticas desleais de comércio.

Com isso, o Governo dos Estados Unidos da América determinou a abertura de uma consulta pública para manifestação de respostas de interessados e uma audiência presencial em Washington. Os prazos para manifestações vão até o próximo dia 18 de agosto, às 23h59, horário de Washington.

“ Estamos trabalhando com esse objetivo de participação e defesa dos interesses da indústria e dos empregos. O Sindalcool estará representado através da FAEPA, CNA e, também, por meio da FIEPB e Confederação Nacional da Indústria ”, finalizou Barbosa. (Sindalcool-PB)

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