O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou, no início de dezembro, a edição 2025 da Resenha Energética Brasileira, documento que consolida os principais números do setor referentes ao ano de 2024. A publicação reúne dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ANEEL, ANP e comparações internacionais com países da OCDE e médias globais, oferecendo um panorama abrangente da evolução do cenário energético nacional.
Para o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento, Gustavo Ataíde, a nova edição reforça o papel estratégico do monitoramento contínuo das políticas públicas. Segundo ele, o conteúdo evidencia o avanço das ações de planejamento e a valorização dos recursos energéticos disponíveis no país.
Um dos dados mais expressivos da Resenha é o desempenho das fontes renováveis, que chegaram a 50% da matriz energética brasileira em 2024 — um aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior. O resultado coloca o Brasil em posição de destaque mundial, com participação quase quatro vezes maior que a média global (14,2%) e muito acima do índice registrado entre países da OCDE (13%). O avanço foi impulsionado sobretudo pela energia solar, que cresceu 33,2%, seguida da eólica (12,4%) e dos óleos vegetais (28,35%).
A Oferta Interna de Energia (OIE) também atingiu seu maior nível histórico, somando 322 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (tep), alta de 2,4% frente a 2023. Enquanto as fontes renováveis avançaram, as não renováveis permaneceram estáveis, com leve queda no consumo de petróleo e derivados.
No setor de transportes, o consumo final de energia aumentou 2,7%, com destaque para os biocombustíveis. O etanol registrou crescimento de 15,6% e o biodiesel, de 19,2%, impulsionados pela implementação da Lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que amplia os mandatos para biocombustíveis, biometano e diesel verde.
A eficiência energética também avançou. O Índice ODEX, que acompanha a evolução do desempenho energético no país, mostra que o Brasil se tornou 11,8% mais eficiente em 2023 em comparação com 2005. Entre os fatores que contribuíram para esse progresso está o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que desde 1986 já proporcionou economia estimada em 263 bilhões de kWh.
Com indicadores robustos e crescimento consistente das fontes limpas, a Resenha Energética Brasileira 2025 reforça o protagonismo do Brasil na transição energética global e seu compromisso com uma matriz mais diversificada, sustentável e segura. O MME disponibiliza um painel interativo com todos os dados do relatório, ampliando a transparência e o acesso às informações para empresas, pesquisadores e toda a sociedade.
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