Bioenergia brasileira pode ser pilar da transição energética mundial

A transição energética é uma das maiores pautas globais do século 21. O desafio é claro: reduzir a dependência de combustíveis fósseis e cortar drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. Nesse cenário, o Brasil surge como protagonista graças à força da bioenergia. Produzida a partir de matérias-primas renováveis, como a cana-de-açúcar, o milho, resíduos agrícolas, florestais e urbanos, a bioenergia já ocupa lugar de destaque na matriz energética brasileira. Hoje, é a segunda maior fonte de energia do país, atrás apenas da hidráulica, e representa um exemplo de como é possível integrar produção limpa, competitividade econômica e segurança energética.

No mercado internacional, o Brasil é líder no desenvolvimento e na exportação de biocombustíveis como o etanol e o biodiesel. O modelo brasileiro é referência não só pela escala de produção, mas também pela sustentabilidade: o etanol de cana emite até 70% menos CO₂ que a gasolina, e o setor sucroenergético ainda gera bioeletricidade e biometano a partir dos subprodutos da própria lavoura.

Hidrogênio

Thiago Prado, Presidente da EPE disse em recente evento que a transição energética está avançando cada vez mais rápido e, nesse cenário, o hidrogênio de baixa emissão de carbono tem ganhado destaque nos planos de muitos países para reduzir os gases de efeito estufa. “Temos um trunfo estratégico, que é a biomassa. Ela representa quase 1/3 da nossa oferta interna de energia, e coloca o Brasil com a matriz energética mais limpa entre os países do G20.”, disse ele.

Marlon Arraes — Diretor de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), ressalta: “Essa sinergia entre bioenergia e hidrogênio nos posiciona com vantagens únicas na transição energética global. O hidrogênio será peça-chave na produção de biocombustíveis de última geração, permitindo mais competitividade e sustentabilidade à cadeia produtiva brasileira.”

SAF

Mais do que um combustível, a bioenergia brasileira é considerada uma solução estratégica para setores difíceis de descarbonizar, como a aviação. O avanço na produção de SAF (combustível sustentável para aviação) e o potencial de geração de hidrogênio verde reforçam o papel do país como fornecedor global de alternativas energéticas para o futuro.

Outro diferencial é que o Brasil consegue expandir sua produção sem comprometer a produção de alimentos ou recorrer ao desmatamento, condição que poucos países conseguem garantir. Essa característica torna o país um dos fornecedores mais confiáveis de soluções energéticas sustentáveis no cenário internacional.

Combinando inovação tecnológica, tradição agrícola e políticas públicas como o RenovaBio, o Brasil não apenas abastece o próprio mercado, mas oferece ao mundo um caminho concreto de como avançar na transição energética. Em meio à corrida global por soluções de baixo carbono, a bioenergia brasileira se consolida como um dos pilares de uma economia mais limpa e resiliente.

Canal-Jornal da Bioenergia

 

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