Biodiesel: tendências e perspectivas com o B15

O mercado de biodiesel no Brasil segue aquecido, com crescimento na produção, demanda e relevância econômica. A demanda projetada para este ano de 2025 é de 9,6 bilhões de litros, um aumento de 5,9% em relação a 2024. Neste contexto o PIB da cadeia soja-biodiesel deve crescer 11% em 2025, representando 6,4% do PIB nacional e 21,7% do PIB do agronegócio brasileiro. No caso da renda da cadeia produtiva, após três anos de queda, a expectativa é de alta de 18,2%, com movimentação de cerca de R$ 821 bilhões, com geração de empregos na casa dos 2,44 milhões de pessoas.

Tendências e perspectivas

A mistura obrigatória deve subir para 20% (B20) até 2030, consolidando o Brasil como líder global em biocombustíveis. O setor projeta R$ 15 bilhões em investimentos e geração de 50 mil empregos adicionais com as novas metas, já que a partir de 1º de agosto de 2025, entra em vigor no Brasil a nova mistura obrigatória de 15% de biodiesel no diesel (B15), conforme aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

O que muda com o B15?

  • Substitui o B14, vigente até julho, como parte da transição para o B20 até 2030.
  • Reduz a dependência de diesel fóssil, cortando até 1,2 milhão de toneladas de CO₂ por ano.
  • Atrai investimentos: estimativa de R$ 5,2 bilhões em novas usinas e esmagadoras de soja.
  • Gera empregos: mais de 4 mil novos postos diretos e indiretos.
  • Fortalece a agricultura familiar: inclusão de 5 mil novas famílias no programa Selo Biocombustível Social.

    Segundo alguns especialistas, o aumento para B15 pode impactar os custos de transporte de forma significativa, tanto positiva quanto negativamente — dependendo da gestão da frota e da qualidade do combustível. Veja alguns pontos:

    • Manutenção mais frequente: Estudos mostram que o uso do B15 pode reduzir pela metade o intervalo de troca de filtros de combustível, elevando os custos de manutenção em até 7% por veículo.
    • Consumo de combustível: Em alguns casos, há relatos de aumento no consumo e perda de potência, especialmente em motores mais antigos ou mal calibrados.
    • Custo por quilômetro rodado: Frotas que ignoram boas práticas com o B15 chegam a gastar R$ 0,14/km, enquanto aquelas que adotam manutenção preventiva e aditivos gastam R$ 0,11/km — uma diferença de 27%.

     Custos indiretos

    • Paradas não planejadas: Problemas como entupimento de filtros e formação de borra podem causar panes e atrasos, afetando a logística e a confiabilidade do transporte. Tem ainda a questão do uso de aditivos: Para evitar oxidação e entupimentos, muitas empresas estão adotando aditivos antioxidantes, com custo extra de R$ 0,03 a R$ 0,06 por litro.

     Contrapontos positivos

    • O B15 oferece melhor proteção à bomba injetora, o que pode reduzir o desgaste de componentes em motores modernos. Além disso, há os créditos de descarbonização (CBios), através do qual as empresas podem compensar emissões e obter vantagens competitivas com o uso do B15.
    • Canal-Jornal da Bioenergia

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