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Biodiesel no diesel no Brasil. Cenários e entraves

Números da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) atestam que a capacidade instalada no Brasil é para produção de até 10 bilhões de litros de biodiesel por ano. Se o B15 vigorar ainda em 2025, a demanda extra de biodiesel pode chegar a 650 milhões de litros, exigindo 700 mil toneladas de soja. Essa estimativa foi divulgada pela Abiove e é baseada nas projeções de consumo do diesel nacional ao longo do ano. Segundo o IBGE, o processamento de soja em 2025 pode atingir 57,5 milhões de toneladas, superando as 55,8 milhões de 2024. Só que a mistura de biodiesel no diesel, que é de 14% desde março de 2024, que iria para 15% em 1º de março deste ano, foi adiada pelo governo federal alegando a inflação dos óleos vegetais que são matéria-prima para o biodiesel. Uma definição só deve sair agora no fim deste ano quando acontecerá nova reunião do governo para abordar o tema.

Meio ambiente 

A adição de biodiesel é uma política nacional. As distribuidoras de combustível são obrigadas a comprar o biodiesel para misturá-lo ao diesel de origem fóssil, comprado nas refinarias ou importado. Vale ressaltar que o biodiesel tem vantagens ambientais em relação ao diesel convencional, emitindo 80% menos dióxido de carbono (CO₂) do que o diesel fóssil. Diferente do diesel, que vem do petróleo, o biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais e gorduras animais, tornando-se uma alternativa sustentável. Além disso, o carbono liberado na queima do biodiesel é reabsorvido pelas plantas que originam o óleo vegetal, ajudando a equilibrar as emissões.

O biodiesel melhora algumas características do diesel porque tem propriedades lubrificantes superiores ao diesel mineral, reduzindo o desgaste dos componentes do motor. Além disso, a mistura reduz a emissão de enxofre e material particulado, contribuindo para um combustível mais limpo. O Brasil mistura biodiesel no diesel por vários motivos estratégicos e ambientais e também para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Outra razão é a busca do fortalecimento da produção agrícola com geração de empregos na cadeia produtiva do biodiesel.

Histórico

O Brasil começou a usar a mistura de biodiesel no diesel de forma obrigatória em 2008, com um percentual inicial de 2% (B2). Desde então, o percentual foi aumentando gradualmente:

2008: 2% (B2)
2010: 5% (B5)
2014: 7% (B7)
2017: 8% (B8)
2018: 10% (B10)
2019: 11% (B11)
2020: 12% (B12)
2021: 13% (B13)
2024: 14% (B14)

Canal-Jornal da Bioenergia

 

 

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