Biodiesel: B11 estará nos postos brasileiros em setembro

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O Ministério de Minas e Energia (MME) autorizou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta segunda-feira (05/08) a dar continuidade ao avanço da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil, conforme estabelecido pela Resolução CNPE n° 16/2018. Com isso, a mistura de 11% de biodiesel ao diesel fóssil comercializado no Brasil pode valer já a partir de setembro. O anúncio veio com a divulgação da conclusão do relatório de testes em motores que validam o uso do biocombustível em misturas até 15%.

Atualmente, o país é o segundo maior produtor mundial de biodiesel, atrás apenas dos EUA, e foi responsável pela produção de 5,3 bilhões de litros no ano passado. Com o B11, a Ubrabio estima que a produção brasileira alcance o recorde de 6 bilhões de litros em 2019.

O cronograma aprovado pelo CNPE no final do ano passado estabelece o aumento de 1% ao ano no teor de biodiesel adicionado ao diesel fóssil até 2023. Com isso, a previsão é alcançar o B15 até março de 2023.

O biodiesel é uma alternativa renovável para o combustível mais usado no Brasil — o diesel fóssil. Quanto maior a produção e consumo deste biocombustível, menor será a dependência nacional de diesel importado.

Para o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, o B11 chega em boa hora e pode ajudar a indústria que vem sofrendo com capacidade ociosa. “O biodiesel representa o equilíbrio. Equilibra as emissões de carbono, que há centenas de anos se acumula na atmosfera pelo uso dos combustíveis fósseis. E equilibra também a exploração dos potenciais brasileiros, reduzindo importação de combustível e fortalecendo a indústria”, celebra Ferrés.

Além de ser importante para a segurança energética, o combustível renovável desempenha um papel fundamental na manutenção de vida no planeta, ao retirar toneladas de carbono da atmosfera.

Desde o início do programa de biodiesel no Brasil em 2005 (voluntário) até maio deste ano, com o B10 obrigatório, o biodiesel já ajudou o Brasil a diminuir em mais de 70 milhões de toneladas as emissões de CO2. “Este potencial de contribuir com a redução de gases causadores do efeito estufa foi reconhecido pelo governo brasileiro no documento que traça as estratégias para cumprir as metas do Acordo de Paris. A expansão dos biocombustíveis consegue unir desenvolvimento econômico e sustentável, gerando riqueza para o país e preservando a saúde e a qualidade de vida da população”, explica o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.

A evolução do uso deste biocombustível, além de estar em linha com a Política Nacional do Biocombustíveis (RenovaBio), vai atrair investimentos em novas unidades de produção da ordem de R$ 1,2 bilhão, projeta a Ubrabio.

Serão necessárias 12 novas unidades de produção de biodiesel com a capacidade média de 170 milhões de litros/ano, para atender o B15 nos próximos quatro anos. Isso significa novos empregos, geração de renda e movimentação da economia, calcula a entidade.

Outro setor que será alavancado é o de processamento de soja. A Ubrabio estima um acréscimo de 15 milhões de toneladas no processamento de soja, o que vai demandar investimentos do setor privado equivalente a R$ 3,8 bilhões, além de promover a agregação de valor à produção agrícola e o fortalecimento da indústria nacional de carnes e derivados. Ubrabio

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