“Teores maiores de biodiesel podem trazer efeitos positivos….”, afirma MCTI

A Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reuniu pesquisas sobre mistura de biocombustível ao óleo diesel em percentuais superiores a 7%.

A Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel (CSOB) publicou em dezembro o relatório Usos de Biodiesel no Brasil e no Mundo, a partir de um estudo com 57 trabalhos científicos realizados em 12 países, sobre misturas de biocombustível ao óleo diesel em percentuais superiores aos 7% adotados atualmente.

Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a CSOB engloba a Coordenação-Geral de Tecnologias Setoriais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CGTS/MCTI). O objetivo é identificar oportunidades para o desenvolvimento da cadeia produtiva de plantas oleaginosas, como a soja, ao articular agentes públicos e privados, e definir ações prioritárias de interesse comum.

O documento está disponível em duas versões, em português e inglês, a fim de consolidar, organizar e difundir informações acerca de resultados de experiências com diversas misturas de biodiesel ao combustível fóssil.

Os cientistas avaliaram consumo de combustível, emissões de gases, partida a frio, potência e desempenho, durabilidade e desgastes de componentes. A análise envolveu a frota nacional e comparou as especificações do biodiesel brasileiro com as de outros países. Para 2015 e 2016, o Mapa estima que a produção e o consumo no Brasil cheguem a 4 bilhões de litros anuais.

Perspectivas

O coordenador-geral de Tecnologias Setoriais do MCTI, Eduardo Soriano, destaca que as conclusões do documento são favoráveis à adoção de teores maiores do biocombustível, “que podem trazer efeitos positivos tanto ambientais quanto econômicos e sociais”. Ele informa que a pasta discute com o Ministério de Minas e Energia (MME) a estruturação de um programa de testes para 2016, para avaliar o comportamento de motores movidos a óleo diesel mineral em misturas compostas por 20% de biocombustível.

Segundo Tiago Giuliani, assistente da Coordenação-Geral de Cana-de-açúcar e Agroenergia do Mapa, os resultados mostram, em geral, menores emissões de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e material particulado. Além disso, a maioria dos testes não gerou desgaste significativo nos componentes dos motores, embora haja necessidade de mais trocas de filtros de combustível e lubrificantes.

Na opinião do presidente da CSOB e vice-presidente da Ubrabio, Pedro Granja, o relatório serve de apoio para a evolução tanto da mistura obrigatória em nível nacional quanto de usos superiores facultativos.

Coordenado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o estudo recebeu contribuições da Casa Civil da Presidência da República, MCTI, Mapa, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio). MCTI

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