As pragas são ameaça constante e exigem ação eficaz de combate

Pragas, doenças e presença de ervas daninhas reduzem a produtividade nos canaviais. Especialistas explicam que o controle é essencial para aumentar a qualidade da planta e, consequentemente, a produtividade.A broca (diatraea saccharalis) é uma praga que atua diretamente na qualidade da matéria-prima. Por isso, é importante o controle biológico e químico nos canaviais. Entre os meses de dezembro e fevereiro, que são mais úmidos, quentes e com mais intensidade de luz, a broca é uma forte ameaça aos canaviais, embora sua ocorrência seja durante o ano todo.

Segundo o diretor da Global Cana – Soluções Entomológica, José Francisco Garcia, o controle biológico, com o parasitoide Cotesia flavipe, deve ser realizado durante todo o ano.Como a broca perfura os colmos da planta, ocasiona redução na qualidade da matéria prima, por meio do complexo: broca e podridão. Essa perda da qualidade da cana ocasiona aumento de custos e perda de produtividade.

Para Garcia, deve-se iniciar o controle químico antes da lagarta perfurar o colmo da planta, logo após sua saída do ovo. Para isto, o correto monitoramento é fundamental. “Não resolve comprar um produto de alta performance se não aplica-lo no momento correto”, explica.

Monitoramento

O consultor explica os métodos de aplicação. No controle biológico o recomendado é a hora X homem. Ele indica visitas mensais por talhões por dois profissionais. “Com um comunicador eles devem monitorar a área”. Se acharem seis brocas em até 30 minutos, saem do talhão e liberam o parasitoide para o controle. O indicado é a liberação manual de quatro copos de Cotesia flavipes por hectare, tradicionalmente. Essa avaliação deve ser feita sempre de 30 em 30 dias até o canavial fechar e não permitir andar nele. O consultor ressalta que o produtor deve estar atento a qualidade do parasitoide. “Muitas empresas estão comercializando Cotesia flavipes desnutridas”.

Controle químico

O monitoramento por amostragem deve ser realizado de 15 em 15 dias. São escolhidos cinco pontos de 25 canas. Se nessas 125 plantas os profissionais encontrarem três ou quatro lagartas pequenas é indicado o uso do controle químico. “Deve-se realizadas duas amostragens em conjunto”, explica Garcia.A primeira aplicação deve ser com um defensivo sistêmico, de maior desempenho e que deixa mais resíduo na planta. Se houver necessidade de uma nova aplicação, o indicado é um produto de menor desempenho. “Deve-se fazer a sucessão de moléculas”, explica o consultor. O controle biológico se limita a três ou quatro meses antes da colheita, dependendo do aparecimento da broca.

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