Foto: Divulgação/Usina Guaíra

Moagem de cana recua, mas produção de etanol anidro avança no Norte e Nordeste

A moagem de cana-de-açúcar no Norte e Nordeste somou 28,17 milhões de toneladas na safra 2025/2026 até 15 de novembro, uma queda de 10,9% em relação às 31,63 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra anterior. Segundo a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (Novabio), o volume processado até a data representa 47,7% do total previsto para o ciclo.

Apesar do recuo na moagem, a produção de etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, alcançou 497 mil m³ — praticamente estável ante os 500,4 mil m³ da safra passada. Em comparação com o acumulado até 15 de outubro, houve avanço de 34,6%, indicando recuperação na demanda de combustíveis.

Já a produção de etanol hidratado, destinado aos veículos flex, totalizou 729,2 mil m³, queda de 13,4% frente aos 842 mil m³ do ciclo anterior. Ainda assim, em relação ao volume registrado até 15 de outubro, a produção cresceu 40%.

Para o presidente-executivo da Novabio, Renato Cunha, o desempenho do anidro reforça o papel estratégico das regiões para o abastecimento energético nacional. “Mesmo com a queda na moagem, o Norte e o Nordeste seguem essenciais para o equilíbrio do setor. A reação industrial aponta para a manutenção do ritmo ao longo da safra”, afirmou.

Cunha, que também preside o Sindaçúcar-PE, destacou que os números confirmam uma melhora operacional entre outubro e novembro, com avanço gradativo da produção, embora ainda abaixo dos níveis do ciclo anterior. “A moagem cresce mês a mês, o açúcar se recompõe de forma gradual e o anidro se consolida como principal destaque, garantindo competitividade à transição energética”, disse.

Desempenho por região

No recorte regional, o Nordeste moeu 21,97 milhões de toneladas até 15 de novembro, contra 15,91 milhões no período equivalente da safra anterior — ainda assim, o acumulado aponta queda de 11,3%. No Norte, a moagem chegou a 6,20 milhões de toneladas, recuo de 9,5% frente aos 6,84 milhões do ano passado.

A produção de açúcar também apresentou retração, mesmo com maior ritmo industrial nos últimos meses. O acumulado atingiu 1,35 milhão de toneladas até 15 de novembro, queda de 26,7% ante o 1,84 milhão registrado no ciclo anterior. A comparação mensal, porém, mostra avanço significativo: até 15 de outubro, eram 713,2 mil toneladas.

Por região, o Nordeste produziu 1,15 milhão de toneladas de açúcar (queda de 29,7%), enquanto o Norte somou 200 mil toneladas, baixa de 2,4%.

Estoques e mercado

Somando anidro e hidratado, a produção total de etanol no Norte e Nordeste chegou a 1,23 milhão de m³, redução de 8,6% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. Os estoques físicos também diminuíram: passaram de 447,3 mil m³ há um ano para 321,1 mil m³ até 15 de novembro, refletindo maior saída comercial e aumento da demanda interna pelo biocombustível. ( Canal com informações da Novabio)

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