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A aprovação da elegibilidade de Goiás pela Comissão Nacional para REDD+ (CONAREDD+) coloca o estado entre os protagonistas da agenda climática nacional. O reconhecimento atesta os resultados obtidos na redução do desmatamento ilegal e nas políticas de conservação do Cerrado, abrindo caminho para que Goiás receba pagamentos por resultados ambientais, conforme os acordos internacionais de clima.
Com essa elegibilidade, o estado poderá acessar recursos financeiros provenientes de créditos de carbono — certificados que representam a redução ou remoção de gases de efeito estufa. Na prática, quem preserva, recupera áreas degradadas ou investe em energia limpa pode gerar esses créditos e negociá-los com países ou empresas que ainda não conseguiram reduzir suas emissões, criando um ciclo de incentivo à sustentabilidade.
Segundo a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andrea Vulcanis, o reconhecimento da CONAREDD+ é o resultado de um trabalho integrado entre produção, conservação e inclusão social. “É o reconhecimento de um modelo que alia crescimento econômico à conservação ambiental. Goiás está pronto para transformar resultados ambientais em novas oportunidades de investimento para o Estado”, destacou.
Nos últimos anos, Goiás conseguiu reduzir em quase 73% a área queimada e ampliar em mais de 1.000% as ações de fiscalização ambiental, atingindo praticamente 100% dos alertas de desmatamento. Entre os instrumentos que contribuíram para esses avanços estão a Declaração Ambiental do Imóvel (DAI) — que reduziu o desmatamento sem licença — e o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais Cerrado em Pé, que remunera produtores rurais e comunidades tradicionais pela preservação das áreas nativas.
Outro avanço foi a implantação do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sigcar), que centraliza as análises do CAR em um único ambiente estadual, simplificando processos e acelerando o controle ambiental. Goiás também fortaleceu seu plano de prevenção e combate a incêndios florestais, alcançando resultados expressivos na redução de queimadas.
A Secretaria de Meio Ambiente (Semad) agora trabalha na metodologia que definirá a mensuração do carbono evitado no Estado — cálculo que permitirá estabelecer o volume de créditos de carbono e o valor econômico que Goiás poderá acessar. Para Vulcanis, o reconhecimento da CONAREDD+ é um passo estratégico, tanto ambiental quanto econômico: “O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e berço das águas do país. Goiás tem cerca de um terço de seu território coberto por vegetação nativa, e isso nos dá uma vantagem competitiva para gerar resultados ambientais reais e contribuir de forma efetiva com a mitigação das mudanças climáticas.”
Com o novo status, Goiás se consolida como referência em governança ambiental e desenvolvimento sustentável, mostrando que é possível unir crescimento econômico, conservação e protagonismo climático em uma mesma agenda. Canal-Jornal da Bioenergia
