A Savana Holding, em parceria com a multinacional finlandesa Wärtsilä, deu um passo ousado rumo à transição energética com a implementação de um projeto pioneiro: a primeira usina termelétrica a etanol do mundo. Operado pela Suape Energia, o empreendimento promete reposicionar o Brasil como protagonista no cenário global de geração sustentável. O investimento inicial é de R$ 60 milhões para a instalação de 4 MW de capacidade, alimentados por um motogerador a etanol de médio porte — tecnologia inédita em escala mundial. Após a fase de testes técnicos, que já comprovaram a eficiência e a confiabilidade do sistema, a Savana Holding planeja uma expansão robusta: alcançar, no mínimo, 600 MW de potência instalada, volume suficiente para garantir energia limpa a mais de 2 milhões de famílias.
Como funciona
Uma usina termelétrica a etanol funciona quase como uma termelétrica tradicional, mas em vez de queimar carvão, óleo ou gás, ela usa etanol hidratado (o mesmo que a gente abastece no posto, só que em escala industrial). O processo é assim:
Combustão do etanol
O etanol é injetado e queimado dentro de um motor ou caldeira especial. Essa queima gera energia térmica (calor).
Geração de movimento mecânico
No caso do projeto de Suape, é um motogerador a etanol: parecido com um motor gigante, adaptado para queimar etanol em vez de diesel.
Esse motor gira um gerador elétrico, que transforma a energia mecânica em eletricidade.
Integração ao Sistema Elétrico
A energia gerada vai para transformadores, que ajustam a tensão elétrica, e depois é conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) — a rede elétrica do Brasil que distribui energia para casas, indústrias e cidades.Aproveitamento da logística já existente
Como o Brasil já tem uma cadeia consolidada de produção e transporte de etanol (usinas, tanques, caminhões), fica mais fácil e rápido abastecer a usina do que se fosse depender de gás natural importado, por exemplo.
Diferença chave em relação às termelétricas fósseis
Emite até 90% menos gases de efeito estufa que o diesel, porque o CO₂ liberado na queima é reabsorvido pela cana-de-açúcar durante o crescimento.
Produz bem menos poluentes locais, como material particulado e óxidos de nitrogênio (NOx).
Usa uma fonte renovável e nacional, em vez de depender de importações caras.
Resumindo: é como se fosse um “motorzão de carro flex”, mas gigante, conectado na tomada do país inteiro.
Canal-Jornal da Bioenergia