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Brasil já tem a primeira termelétrica a etanol do mundo

A Savana Holding, em parceria com a multinacional finlandesa Wärtsilä, deu início a um projeto inédito no setor elétrico: a operação de uma usina termelétrica movida a etanol, instalada no Complexo de Suape (PE). A iniciativa, conduzida pela Suape Energia promete reposicionar o Brasil no mapa global da transição energética.

O investimento inicial soma R$ 60 milhões e contempla a instalação de um motogerador de 4 MW – o primeiro do mundo, em médio porte, a funcionar exclusivamente com etanol. A fase atual servirá como teste de desempenho e confiabilidade. Se os resultados confirmarem a expectativa, a Savana Holding projeta ampliar o empreendimento para, no mínimo, 600 MW de capacidade instalada, volume suficiente para atender mais de 2 milhões de residências.

A energia produzida será integrada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), reforçando a segurança energética da região e beneficiando municípios vizinhos. O modelo de negócio conta com 80% de participação da Savana Holding e 20% da Petrobras no financiamento do motor. A Wärtsilä, parceira tecnológica, doou metade dos equipamentos, enquanto a Suape II assumiu a outra parte e os custos com serviços e aquisições locais.

Segundo Carlos Mansur, vice-presidente da Savana Holding, o projeto reafirma a posição do país como referência internacional em bioenergia: “Estamos demonstrando que o etanol, além de ter uma cadeia logística já consolidada, pode ser competitivo também na geração elétrica, aliando inovação e sustentabilidade”, destacou.

Além da relevância tecnológica, a usina apresenta ganhos ambientais expressivos. Estudos indicam que o uso de etanol pode reduzir em até 90% as emissões de gases de efeito estufa em comparação ao diesel, além de emitir níveis muito menores de óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado. Os resultados dialogam diretamente com as metas brasileiras para 2035, que estabelecem a redução de até 67% das emissões em relação a 2005.

Para José Faustino, diretor de tecnologia da Suape Energia, o projeto é um divisor de águas: “A experiência em Suape comprova que o etanol tem condições de competir com combustíveis fósseis na geração elétrica. É uma iniciativa que une eficiência, viabilidade econômica e impacto ambiental positivo”, afirmou.

Canal-Jornal da Bioenergia

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