O processamento de soja no Brasil deve alcançar um patamar histórico em 2025. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) revisou para cima sua projeção mensal e agora estima que o país processe 58,5 milhões de toneladas da oleaginosa neste ano, crescimento de 0,7% em relação ao cálculo anterior. O número representa ainda um avanço de 5% sobre 2024, impulsionado pela demanda aquecida de óleo para produção de biodiesel. A revisão acontece em um cenário de margens mais favoráveis para a indústria, após a elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 14% para 15% em agosto. O biocombustível é produzido majoritariamente a partir do óleo de soja no Brasil.
Com o aumento no ritmo de esmagamento, os estoques finais de soja foram ajustados para 4,4 milhões de toneladas, uma redução de 5,4% em relação à estimativa anterior, mas ainda acima dos 4,1 milhões registrados em 2024.
Produção e exportação
A Abiove manteve estável a previsão de safra, colhida no primeiro semestre, em 170,3 milhões de toneladas, o que representa um salto de 10% frente ao ciclo passado. Já as exportações seguem estimadas em 109,5 milhões de toneladas, cerca de 11 milhões a mais do que no ano anterior, reflexo da demanda chinesa aquecida. As importações, por outro lado, devem somar 800 mil toneladas em 2025, alta de 23,1% na comparação mensal, mas praticamente em linha com o volume de 2024.
Derivados em alta
No segmento de derivados, a produção de farelo de soja foi revista para 45,1 milhões de toneladas (contra 44,8 milhões na previsão anterior). Desse total, 23,6 milhões devem ser destinados ao mercado externo e 19,5 milhões ao consumo interno. Já a produção de óleo de soja foi ajustada para 11,7 milhões de toneladas, acima das 11,65 milhões estimadas em agosto. As exportações devem alcançar 1,35 milhão de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 10,5 milhões de toneladas.
Canal-Jornal da Bioenergia