O RenovaBio, programa do governo federal voltado à expansão de biocombustíveis e à redução das emissões de gases de efeito estufa, enfrenta atualmente ameaças que colocam em xeque sua eficácia. Criado para valorizar produtores de etanol e biodiesel, o programa vem registrando problemas no cumprimento das metas e na fiscalização de suas regras.
Um dos principais entraves é a inadimplência das distribuidoras de combustíveis, que em alguns casos recorreram à Justiça para se isentar da compra obrigatória de Créditos de Descarbonização (CBIOs). Em 2024, apenas 77% da meta estipulada foi cumprida, segundo dados do setor, comprometendo a integridade do programa.
Além disso, especialistas apontam distorções econômicas: enquanto o setor de etanol e cana-de-açúcar se beneficia, distribuidoras regionais enfrentam custos elevados e falta de fiscalização eficiente. A associação de distribuidoras de combustíveis alerta para desequilíbrios regulatórios que prejudicam empresas menores e ameaçam empregos.
Segundo líderes do setor, como Erasmo Batistella, presidente da Be8 Energia, o programa está “à beira de se perder” se não houver ajustes imediatos na fiscalização e no cumprimento das metas.
O RenovaBio permanece como uma ferramenta estratégica para a transição energética do Brasil, mas especialistas defendem que medidas urgentes sejam adotadas para corrigir falhas, equilibrar obrigações e garantir que o programa continue a promover uma matriz energética mais limpa e sustentável.
Canal-Jornal da Bioenergia