Demanda por biodiesel cresce com B15 e pressiona produção em 2025

A adoção do diesel com 15% de biodiesel (B15) em agosto de 2025 pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) elevou a projeção de demanda para 9,8 milhões de m³, um aumento de 8,9% em relação a 2024. O consumo de óleo de soja, principal insumo para a produção, deve chegar a 7,9 milhões de toneladas, alta de 10,3% frente ao ano anterior.

Com a ampliação da mistura, a demanda por biodiesel cresce, elevando também a pressão sobre o óleo de soja, principal matéria-prima do setor. No primeiro semestre de 2025, o óleo de soja respondeu por 75,1% da produção nacional de biodiesel, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O movimento reforça a necessidade de planejamento e diversificação de insumos para sustentar a expansão do biodiesel e garantir o equilíbrio entre produção, abastecimento e preço no mercado interno.

Entraves ainda desafiam o setor

Apesar do crescimento, a produção de biodiesel enfrenta desafios estruturais. A dependência do óleo de soja — responsável por mais de 85% da matriz — gera vulnerabilidade a flutuações de preço e oferta. Além disso, limitações logísticas e de capacidade instalada dificultam a expansão da produção, prevista em 10 bilhões de litros para 2025. Segundo Filipe Cunha, head de Biodiesel da SCA Brasil, a trajetória rumo ao B20 tem sido construída com base sólida, com avanços condicionados à viabilidade técnica comprovada em estudos e testes criteriosos. “O avanço para o B15 reflete a maturidade regulatória e o compromisso do país com a segurança energética”, afirma Cunha.

Incertezas

A incerteza regulatória, ligada à possível adoção de misturas maiores, como B20 ou B25, também impacta investimentos e planejamento das usinas. A concorrência por matéria-prima, usada tanto para alimentação quanto exportação, e a baixa participação de insumos alternativos, como óleos residuais e palma, completam o cenário de desafios do setor. O crescimento do biodiesel brasileiro em 2025 mostra a força do setor na matriz energética, mas evidencia que a diversificação de insumos e o fortalecimento da infraestrutura são cruciais para sustentar a expansão nos próximos anos.

Canal-Jornal da Bioenergia

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