Um estudo divulgado pela agência de classificação de risco Moody’s Ratings acendeu um sinal vermelho para a economia brasileira. Segundo o relatório, os impactos das mudanças climáticas — como secas prolongadas, enchentes, incêndios florestais e desmatamento — podem provocar uma queda de até 20% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2050, caso não sejam adotadas medidas efetivas de mitigação e adaptação.
Os analistas destacam que o país está entre os mais vulneráveis do mundo devido à sua dependência de setores diretamente expostos às variações climáticas. A agricultura, responsável por cerca de 8% do PIB e 40% das exportações nacionais, é apontada como o setor mais ameaçado. Culturas como soja, milho e café podem sofrer perdas significativas de produtividade, enquanto a pecuária enfrenta riscos de escassez de água e degradação de pastagens.
Outro ponto crítico é a energia hidrelétrica, que responde por grande parte da matriz energética brasileira. A dependência dos regimes de chuvas torna o setor altamente suscetível a períodos de seca, elevando custos e exigindo maior diversificação para fontes como solar e eólica. A Amazônia também aparece como foco de preocupação. O avanço do desmatamento e dos incêndios compromete a capacidade da floresta de atuar como sumidouro de carbono, agravando o aquecimento global e colocando em risco a biodiversidade e comunidades locais.
Além disso, a infraestrutura urbana e logística mostra fragilidade diante de eventos extremos. Estradas, portos e cidades não estão preparados para enchentes e tempestades, o que pode gerar prejuízos bilionários e reduzir a competitividade internacional. O setor financeiro e de seguros também é citado: apenas 17% das residências brasileiras possuem cobertura contra desastres naturais, aumentando a vulnerabilidade econômica.
Consequências
De acordo com a Moody’s, o Brasil pode perder trilhões de reais em riqueza acumulada até meados do século. As exportações agrícolas, fundamentais para a balança comercial, correm risco de queda expressiva. Além disso, a falta de políticas ambientais consistentes pode afastar investidores preocupados com sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.
Caminhos possíveis
O relatório sugere que o país precisa agir com urgência. Entre as medidas apontadas estão:
-Combate rigoroso ao desmatamento e preservação da Amazônia.
-Diversificação da matriz energética, ampliando fontes renováveis como solar e eólica.
-Incentivo à agricultura sustentável, com tecnologias de irrigação eficiente e manejo de solo.
Planejamento de infraestrutura resiliente, capaz de suportar eventos climáticos extremos.
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