Horizonte promissor para produção de etanol

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Entrevista – João Paulo Botelho- Analista de mercado da INTL FC Stone.

Canal: O que esperar do novo governo? Como ele deve impactar na produção nacional sucroenergética?

João Paulo: Dois pontos são mais relevantes quanto à política pública: a manutenção da paridade de preços com a externa e a regulamentação do RenovaBio.

A expectativa do setor é que essa paridade seja mantida pela nova administração da Petrobras e que o governo, através do Ministério de Minas e Energia, continue a regulamentar o RenovaBio de forma que o programa possa ser um sucesso.

Canal: O RenovaBio já deve apresentar resultados significativos em 2019?

João Paulo: Em 2019 deve haver as últimas etapas da regulamentação. Esperamos que as definições que ainda faltam sejam tomadas.

Canal: Quais as principais definições esperadas para 2019?

João Paulo: De governo, a manutenção do preço da gasolina em paridade. Isso é a principal necessidade do setor no momento.

Em termos de mercado, a previsão é que a safra 18/19 global de açúcar apresente um superávit muito mais estreito que do ano anterior. Com isso, a expectativa é de um preço melhor de açúcar para o próximo ano, considerando que existe a possibilidade de redução de produção em 19/20 de players bem importantes, o que poderia levar o mercado internacional de açúcar à um déficit, apesar disso ainda não estar definido.

Considerando esse cenário, temos expectativa de preços melhores para o açúcar para 2019 do que os registrado em 2018, o que deve estimular aumento da produção de açúcar no Centro-Sul em detrimento do etanol, uma vez que o mercado de petróleo não está dando sinais tão claros, ao mesmo tempo em que o câmbio provavelmente não deve registrar valores tão altos.

Não esperamos aumento no numero de usinas de cana, também não esperamos fechamento, mas ainda é muito cedo para falar. De etanol de milho, há expectativa de novas unidades agora em 2019.

Canal: Como avalia o desenvolvimento do setor em 2018?                                      João Paulo: As previsões se concretizaram, mas não quer dizer que foi um ano bom.  Tivemos preços bastante baixos de açúcar durante boa parte da safra, por causa, principalmente, do superávit global elevado dessa commodity, mas ao mesmo tempo essa receita foi em grande parte compensada pelo etanol, que teve preços muito atrativos, principalmente considerando o preço elevado do petróleo no mercado internacional.

 

Canal-Jornal da Bioenergia

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