Cristalina, no entorno do Distrito Federal, se prepara para um novo ciclo de desenvolvimento com a chegada da Planalto Bioenergia. A empresa acaba de obter da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) a Licença de Instalação para erguer uma usina de etanol de milho no município. O projeto faz parte de um pacote de investimentos de R$ 1,8 bilhão que inclui também a construção de uma segunda unidade em Formosa.
A previsão é de que as obras em Cristalina comecem ainda este ano. Como a planta será erguida do zero, o cronograma pode se estender por até 18 meses, o que levaria o início da produção para 2027. Enquanto isso, a companhia já se articula para garantir a matéria-prima: cartas de intenção assinadas com produtores locais asseguram as 500 mil toneladas de milho necessárias por safra.
Cada unidade deverá produzir cerca de 200 milhões de litros de etanol por ano, além de gerar subprodutos com alto valor de mercado, como 145 mil toneladas de DDG (grão seco de destilaria) e 9 mil toneladas de óleo de milho. Para viabilizar a operação, armazéns de estocagem serão construídos ainda na fase inicial das obras.
O diretor executivo da Planalto Bioenergia, Paulo Sérgio Rangel Filho, destaca que o empreendimento dialoga com a demanda crescente por combustíveis de baixo carbono. “O etanol tem potencial para se transformar em SAF, usado na aviação, e também no biobunker, voltado para o transporte marítimo, mercados que devem crescer muito nos próximos anos”, afirma.
Além de reforçar a matriz energética limpa, o projeto deve incentivar a diversificação agrícola em Goiás, com estímulo não apenas à safrinha, mas também ao milho de verão, de maior produtividade na região. A aposta inclui ainda o mercado internacional, com possibilidades de exportação para países como Japão e Índia, além de atender ao Nordeste brasileiro, reduzindo a dependência de importações vindas dos Estados Unidos.
O anúncio da Planalto Bioenergia soma-se a outros empreendimentos do setor, como a joint venture entre Amaggi e Inpasa em Mato Grosso e Rondônia. Para analistas, o movimento sinaliza a consolidação de um novo ciclo de investimentos no etanol de milho.
Canal-Jornal da Bioenergia