Energia renovável marca final da temporada do Araguaia em Goiás

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O fim da temporada do Araguaia está chegando. Com o início do período da piracema, em outubro, e a cheia do rio, os turistas começam a deixar as praias e os acampamentos passam a ser desmontados. Neste ano, as areias de Aruanã (GO) receberam não só centenas de pessoas que foram para se divertir, mas também uma nova forma de produzir energia: os geradores a diesel deram espaço para os módulos fotovoltaicos no Acampamento dos Amigos.

O que seria apenas mais uma fonte de energia se tornou a única forma de geração. “Os geradores a diesel disponíveis no local falharam e precisamos utilizar apenas a energia gerada pelas placas, tanto durante o dia como durante a noite”, comenta Pedro Provázio, engenheiro eletricista diretor da Stonos Desenvolvimento Criativo e um dos idealizadores do projeto. A princípio, a ideia era que os módulos fotovoltaicos fossem responsáveis apenas por parte da demanda energética.

As estruturas montadas nas praias da cidade geralmente contam com freezers, caixas de som e outros equipamentos que demandam energia elétrica. Os geradores são capazes de atender a esta demanda, mas os ruídos e a utilização de combustível fóssil não combinam com a tranquilidade que a natureza traz, sem contar os impactos que isso pode causar ao longo de todo ano, durante a baixa temporada.

O sistema fotovoltaico não depende de ligações externas e, após o uso no acampamento, pode ser reinstalado em outros lugares, sem prejuízos de geração ou descarte de qualquer componente. “A vantagem da energia solar, além de ser renovável, é que não emite ruídos e não deixa resíduos, sendo toda a estrutura reaproveitada em outros locais após o uso”, comenta Breno Reis, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho responsável pela instalação do sistema.

O Acampamento dos Amigos foi instalado dos dias 7 a 9 de setembro e utilizou de materiais recicláveis em sua estrutura, no palco e lounge disponibilizados, por exemplo.

Sistema solar

Durante todo o dia, as placas receberam a luz solar e geraram energia suficiente para atender às demandas de 100 pessoas. O excedente do dia foi armazenado em baterias para que as luzes, geladeiras e som funcionassem também no período noturno.

“A energia solar não polui e desta vez salvou todo o acampamento, já que os geradores movidos a diesel apresentaram problemas. Utilizamos as placas para gerar energia para bomba d’água, freezer, iluminação e som”, destacou Carlos Moreno, um dos organizadores do acampamento.

Ao todo, foram necessárias seis placas de 320 Watts e quatro baterias estacionárias de 220Ah, que ficaram instaladas num espaço de aproximadamente 12 metros quadrados, e três geradores portáteis de energia solar fotovoltaica de 800 Watts cada. Além de não emitirem qualquer ruído, as placas também não representarem riscos para as pessoas que estivessem passando pelo local.

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