Cresce o uso de drones na agricultura

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Os drones, que começaram a ser popularizados nos últimos anos, são aeronaves, ou mesmo outros tipos de veículos, com alto grau de automatismo. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de uma forma geral, toda aeronave drone é um aeromodelo ou uma aeronave não tripulada remotamente pilotada (RPA). Pela simplicidade no manuseio, facilidade do uso e capacidade gerar imagens em alta resolução, esses equipamentos têm ganhado espaço no campo, substituindo formas tradicionais de análise e avaliação de dados e informações.

O instrumento faz parte do que se chama de agricultura de precisão, que considera a tecnologia de informação. O desenvolvimento computacional tem ampliado as perspectivas da agricultura moderna, que busca constantemente aumentar a produção e diminuir os custos.

No campo, o conhecimento das áreas de plantio é fundamental para evitar perdas, identificar pragas e analisar a área de plantio. Nesse cenário, o drone é uma alternativa vantajosa para o produtor rural, conforme explica Renato Souza Santos, sócio da Hover Drone. “Trabalhamos com geração ortofoto georeferenciada. Com ela, pegamos falha de plantio, vetorização de linha, densidade vegetativa, curva de nível e medida digital de terreno. Isso tudo independente de topografia – com a câmera que temos conseguimos fazer esse serviço”, explica. A precisão é grande, com até um centímetro de erro. A ortofoto é uma representação de uma região com todos os elementos na mesma escala, livre de erros e deformações.

Além do uso para análise, é possível alcançar altas precisões para que a imagem seja usada em vetorização, que automatiza o plantio por meio de programação prévia do trator.

O engenheiro agrônomo responsável por tratos culturais da Usina Uruaçu, Luís Fernando Nascimento, explica que neste ano optou pela utilização dos drones na lavoura de cana. “A forma tradicional requer muita mão de obra e investimento para a amostragem. Com o drone, o custo é menor e a apresentação é melhor, em imagens, com indicação da área exata.” Segundo o engenheiro, a escolha por essa forma de análise se deu pela facilidade em tomar decisões a partir do que foi mensurado. A utilização na usina foi para identificar falhas de plantio e matocompetição (ervas daninhas).

Custos

O custo com o uso do drone é diminuído significativamente com relação às formas tradicionais de topografia. Para calcular falhas de plantio, por exemplo, o investimento é 40% menor. “Não é preciso contratar equipe grande e o tempo de trabalho é mais curto. Além disso, não fazemos apenas amostragem, mas amostragem, valor e imagem. Conseguimos oferecer relatório em 10 dias, sendo que poderia levar 60 dias pelo meio tradicional”, compara Renato. “Para produção de cana, há um período especifico de monitoramento para analisar o replantio, se for o caso. Se houver ataque de pragas, é possível identificar a área para combate. Com as imagens capturadas por drone, é pode-se verificar o plantio por completo. O cliente leva o campo para o escritório”, complementa.

Na Usina Uruaçu, a ferramenta começou a ser utilizada em 2012. No que se refere aos trabalhos já realizados, a economia total foi de aproximadamente 50%. “O único ponto negativo que tivemos foi que nossas máquinas não suportam a qualidade da imagem, que é pesada. Tivemos que diminuir as imagens, mas, ainda assim, elas continuaram excelentes para nossas análises”, diz Luís Fernando.

Ana Flávia Marinho-Canal-Jornal da Bioenergia

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