Chuva no Brasil atrapalha moagem e favorece nova alta nas cotações do açúcar

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As fortes chuvas que assolam várias regiões do Brasil, maior produtor mundial de açúcar, estão atrasando a colheita da cana-de-açúcar em vários estados, o que pode representar uma diminuição no volume de cana processado neste ano, limitando assim a disponibilidade da commodity nesta reta final de 2023.

Ontem, os mercados futuros do açúcar fecharam em alta com potencial risco de as usinas deixarem um volume ainda maior de cana bisada para ser processada apenas no início de 2024.

Na ICE Futures de Nova York, a terça-feira (31) foi de valorização em todos os lotes do açúcar bruto. O vencimento março/24 foi contratado ontem a 27,09 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 34 pontos, ou 1,3%, no comparativo com os preços do dia anterior. Já a tela maio/24 subiu 24 pontos, contratada a 25,72 cts/lb. Os demais contratos subiram entre 3 e 15 pontos.

Outro fator preocupante, que tem atrasado o embarque de açúcar no porto de Paranaguá, foi o incêndio na esteira de operações do berço 201, ocorrido na última segunda-feira. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, a liberação das operações naquele importante braço de escoamento deverá ocorrer, apenas, no sábado, dia 4, atrasando, ainda mais, o carregamento dos navios que atracam naquele porto, considerado o segundo mais importante no escoamento da commodity no maior player mundial de açúcar.

Londres

Em Londres a terça-feira também foi de alta em todos os lotes da ICE Futures Europe. O contrato dezembro/23 foi comercializado ontem a US$ 733,00 a tonelada, valorização de 7,60 dólares no comparativo com a véspera. Já a tela março/24 subiu 7,70 dólares, contratada a US$ 728,10 a tonelada. Os demais lotes subiram entre 40 cents e 5,10 dólares.

Mercado doméstico

Na contramão, o mercado doméstico de açúcar fechou no vermelho nesta terça-feira. A saca de 50 quilos do tipo cristal, medida pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP, foi comercializada ontem a R$ 157,19 contra R$ 158,21 de segunda-feira, desvalorização de 0,64% no comparativo. No acumulado de outubro o indicador fechou valorizado em 0,93%.

Etanol hidratado

Já o etanol hidratado fechou o mês de outubro em alta, revertendo as duas quedas consecutivas pelo Indicador Diário Paulínia. Ontem, o biocombustível foi negociado pelas usinas a R$ 2.329,00 o m³, contra R$ 2.304,50 o m³ praticado na segunda-feira, valorização de 1,06%. No acumulado de outubro o indicador subiu 2,85%.

Rogerio Mian-Agência UDOP de Notícias

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