Casa em Santa Catarina usa vento para gerar energia

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Há poucos anos era imaginável ver uma casa com hélices no telhado. No litoral de Santa Catarina, na cidade de Balneário Camboriú, foi inaugurada no último mês de agosto a primeira residência abastecida com a energia gerada pelos ventos, isso é, eólica. O sistema é capaz de produzir dois mil quilowatts-hora (kWh), o que pode gerar uma economia equivalente a R$ 625 na fatura mensal de energia da unidade consumidora.

A tecnologia asiática foi instalada na residência do empresário Sandro Marin. “O Brasil tem uma costa de oito mil quilômetros e grande potencial para explorar a energia do vento, principalmente no litoral e aqui na região sul. Apostamos neste sistema de energia limpa de pequena e média geração, a exemplo das torres maiores, que atualmente geram mais energia que a usina hidrelétrica de Itaipu. Estamos ansiosos pela chegada da primeira fatura de energia para confirmar a economia indicada pelo fabricante”, afirmou Marin. Ele ainda revela que o sistema ocupa menos espaço que as placas fotovoltaicas, por exemplo, e não depende da angulação relacionada ao sol, além de gerar energia durante a noite.

O sistema utilizado é um aero gerador – formado por uma turbina compacta em formato de cata-vento e um inversor, que transforma a energia contínua em alternada, permitindo a leitura pela distribuidora local. A tecnologia já pode ser adquirida no Brasil. O consumidor pode adquirir o equipamento por meio de financiamento bancário em até 60 vezes, com taxa competitiva. A vida útil do equipamento é estimada em 40 anos. Para um modelo análogo ao da casa de Balneário Camboriú (SC), com geração mensal de dois mil kWh (quilowatts-hora), a estimativa de retorno do investimento é de três anos.

Além do telhado de casas a turbina também pode ser instalada em locais abertos e topos de prédios, onde há significativa quantidade de vento. “Em Balneário Camboriú, por exemplo, a alta velocidade dos ventos nos topos dos prédios, por conta da verticalização à beira mar, beneficia ainda mais a instalação desse sistema.”

O equipamento

O aparelhamento é formado basicamente por uma turbina compacta em formato de cata-vento e um inversor. Além disso, conta com  um rotor interno que funciona com indução eletromagnética, permitindo que o sistema continue operando por um período maior sem vento, até que receba uma nova rajada.

O aparelho é uma exclusividade no Brasil  da Sua Energia. “Foram sete anos de pesquisa e desenvolvimento passando pela fase de homologação do produto, assinaturas de contratos e certificações internacionais até chegar na marca própria para a geração de energia eólica. A inovação foi desenvolvida por um fabricante asiático”, conta Julio Paz diretor da empresa.

Mais benefícios

Outra vantagem é o envio para o sistema através da rede da distribuidora de  energia excedente definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Pela regra atual, a energia gerada é contabilizada e o saldo positivo é revertido em créditos ao consumidor.  Com isso, o consumidor gera a energia para o próprio consumo e o excedente é crédito para os próximos meses. Tal processo é muito utilizado na energia solar fotovoltaica.

A fonte

A energia eólica no país cresceu 15,5% no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período em 2018. Os dados são do boletim InfoMercado Mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

As usinas movidas pelo vento  produziram 4.731,5 MW médios frente aos 4.098 MW médios entregues ao Sistema Interligado Nacional (SIN) nos primeiros seis meses do ano passado. Hoje existem no Brasil  595 usinas eólicas em operação comercial, somando 15.058 MW de capacidade instalada, incremento de 14,2% frente aos 13.181 MW de capacidade em junho  de 2018, quando eram 518 unidades geradoras existentes.

A Bahia, no Nordeste brasileiro, se destaca como maior produtora de energia a partir do vento no país no primeiro semestre. Foram registrados  1.611 MW médios, representando aumento de 59% no comparativo com o mesmo período de 2018, quando gerou 1.013 MW médios. Santa Catarina também se destaca. Apesar de estar em nono lugar no ranking dos estados que mais produzem este tipo de energia. O Estado do Sul apresentou um crescimento na produção de 67,9% com 30 MW médios no primeiro semestre de 2019 em relação a 18 MW médios no mesmo período do ano passado.

Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

 

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