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Brasil deve produzir seis bilhões de litros de etanol de milho

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O Brasil produz etanol e uma das matérias-primas é o milho. A expectativa para a safra 2023/2024 é produzir seis bilhões de litros de etanol de milho, isso representa um incremento de 1,5 bilhões litros na capacidade atual de produção e oferta. Um aumento de 36,7% em relação ao último ciclo.

De acordo com Guilherme Nolasco, presidente-executivo da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), ao analisar os últimos seis anos, é possível ver um crescimento exponencial do setor, que saiu de 520 milhões de litros de etanol de milho na safra 2017/2018 para seis bilhões de litros.

“Mesmo com todas as adversidades enfrentadas por efeitos como pandemia, redução da atividade econômica, políticas tributárias e processo eleitoral, deveremos fechar a próxima safra com crescimento de 1.053% em relação a 2017.  Hoje, em 31 dias de operação, temos capacidade de produzir o que se produziu todo o ano de 2017”, comemora.

O aumento da capacidade produtiva é resultante da incorporação de tecnologia nas unidades já em operação, ampliação de algumas indústrias e inauguração de novas unidades. Para essa safra, vinte indústrias – em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo – estão autorizadas para produzir, duas a mais do que no ciclo passado.

Novas unidades

Em 2022, a Inpasa, grupo com atuação no Paraguai e no Brasil, iniciou a operação da unidade de Dourados (MS) e dobrou a capacidade produtiva no mesmo ano. Neste primeiro semestre de 2023, a Inpasa deverá duplicar a capacidade da planta de Nova Mutum (MT) e estão construindo a refinaria na unidade sul-mato-grossense. A indústria ALD BIO vai aumentar a produção em Nova Marilândia (MT).

Além disso, o grupo FS Bioenergia iniciará a operação de sua terceira unidade, localizada em Primavera do Leste (MT) no início da safra 23/24 e em fevereiro uma unidade flex passou a operar em Quirinópolis (GO) .

A Neomille, do Grupo Cerradinho Bio, deverá iniciar a produção de etanol de milho em Maracaju (MS) até meados da safra 23/24, completando o quadro com 21 indústrias autorizadas a produção, entre unidades flex (que produz a partir de cana-de-açúcar e de milho) e unidade de dedicação exclusiva a processar o etanol a base de cereal.

Ampliação no mercado

A participação do etanol de milho passará dos atuais 13,7% da para 19% do total de etanol consumido no país, se tornando estratégico complementar dentro da cadeia de biocombustíveis carburantes. “Dos 365 dias, as unidades fazem uma parada técnica de 10 a 15 dias apenas”, explica Nolasco.

O aumento de custos de produção, puxado principalmente pela valorização e incremento de preços do milho nos últimos anos, é um dos principais desafios da produção do etanol de milho e do cereal. As industrias investem para melhoria de processos produtivos e incorporação de tecnologia.

Outro ponto importante para a viabilidade do setor foi o equilíbrio proveniente dos produtos de nutrição animal (DDG/ DDGS/ WDG).  Por trás das indústrias, existe toda uma cadeia de tecnologia para garantir melhor eficiência operacional. Setores de automação industrial e de enzimas e leveduras têm investido para expansão dos negócios no País.

A Unem ainda defende a construção e o fortalecimento de políticas públicas que fomentem o desenvolvimento e consolidação de programas como o RenovaBio, uma experiência bem-sucedida no mercado de carbono, mas que ainda carece de estabilidade para garantir previsibilidade aos investidores.

 

Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

 

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