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Data centers sustentáveis impulsionam demanda por empresas de energia solar no Brasil

Expansão de data centers no Brasil acelera investimentos em energia limpa e consolida papel estratégico das empresas de energia solar na transição tecnológica

O setor de tecnologia brasileiro vive um momento de crescimento sem precedentes, marcado pela chegada de novos investimentos em data centers sustentáveis. Estruturas desse tipo são essenciais para suportar o aumento do tráfego de dados, da inteligência artificial e de serviços digitais, mas também representam alto consumo de energia.

Estimativas de consultorias do setor de infraestrutura digital apontam que grandes centros de processamento podem demandar eletricidade equivalente ao abastecimento de cidades de médio porte.

Investimentos

No Brasil, diferentes iniciativas mostram o esforço em alinhar crescimento digital e sustentabilidade. Em fevereiro de 2025, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou a previsão de R$ 500 milhões em aportes para o desenvolvimento de data centers verdes.

Os dados foram divulgados em nota oficial da Pasta, como parte do Programa Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que prevê a criação de polos de inovação com foco em baixo impacto ambiental.

Mercado

O movimento também é acompanhado pela iniciativa privada. Em fevereiro de 2025, a empresa EnergyPro comunicou ao mercado, por meio de relatório financeiro apresentado à imprensa, que irá investir R$ 6,4 bilhões na construção de um polo de data centers sustentáveis no Brasil.

O projeto pretende combinar infraestrutura tecnológica de ponta com menor uso de recursos naturais e garantia de energia proveniente de fontes renováveis.

Prioridades
Além disso, uma investigação jornalística publicada em julho de 2025 pelo The Intercept Brasil, baseada em documentos internos de uma multinacional de tecnologia, revelou que o uso de energia solar e eólica é considerado prioridade em estudos de viabilidade para data centers instalados no país.

A apuração mostrou que a pressão por sustentabilidade parte tanto de consumidores quanto de acionistas, o que reforça a busca por alternativas energéticas limpas. Especialistas também destacam que o Brasil tem capacidade de atender parte relevante da demanda crescente do setor com energia renovável.

Em fevereiro de 2025, um estudo divulgado pela CNN Brasil, com base em análises de consultores independentes de macroeconomia e energia, apontou que o país possui potencial suficiente em fontes renováveis, sobretudo solar, para sustentar a expansão de polos de inovação digital, sem comprometer a segurança energética.

Protagonismo
A expansão dos data centers sustentáveis no Brasil abre espaço para que empresas de energia solar se tornem parceiras estratégicas. Elas são fundamentais na transição energética, ao garantir fornecimento confiável, previsibilidade nos custos e significativa redução da pegada de carbono.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), divulgados em dezembro de 2024, em relatório anual, o país ultrapassou a marca de 40 gigawatts (GW) de potência instalada em energia solar.

Esse número equivale a cerca de 18% da matriz elétrica nacional. A entidade projeta que o volume seguirá crescendo nos próximos anos, impulsionado principalmente por grandes consumidores corporativos, que buscam contratos de fornecimento de longo prazo.

Entre os principais benefícios da integração da energia solar nesse setor, estão:
● Redução de custos: contratos de geração distribuída ou usinas dedicadas oferecem previsibilidade e menores riscos de variação tarifária.

● Sustentabilidade corporativa: atende às metas ambientais exigidas por investidores e pela sociedade.

● Resiliência energética: diversificação da matriz elétrica, reduzindo a dependência de fontes fósseis ou de hidrelétricas sujeitas a variações climáticas.

Esse cenário fortalece a infraestrutura tecnológica nacional, ao mesmo tempo em que posiciona o Brasil como referência em inovação verde. A convergência entre tecnologia e energia limpa reforça a competitividade internacional do país, já que consumidores globais estão cada vez mais atentos ao desempenho ambiental das operações digitais.

A tendência é de que a relação entre crescimento de data centers sustentáveis e expansão da energia solar se intensifique nos próximos anos, consolidando a parceria entre tecnologia e sustentabilidade como um eixo estratégico da economia brasileira.

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