O workshop “Infraestrutura e o Avanço do ESG no Desenvolvimento”, promovido pela Fieg por meio do Coinfra, CTA e Casmin reuniu lideranças empresariais e especialistas para discutir como a agenda ESG deixou de ser tendência para se tornar requisito de mercado, impactando licenças, financiamentos, contratos e até a reputação das companhias.
O presidente da Casmin, Itair Nunes, foi categórico: ESG não é moda. “É uma bússola que aponta a direção do crescimento sustentável, da responsabilidade social e da ética nos negócios. Quem ignora, perde acesso a crédito, licitações e a chance de deixar um legado positivo”, afirmou. Do lado da agroindústria, o presidente do CTA, Marduk Duarte, reforçou que a integração entre campo e fábrica fortalece o setor. Ele lembrou que empresas como Jalles, Milhão, Caramuru, Piracanjuba e SuperFrango já avançaram nessa jornada e defendeu que médias e pequenas também incorporem práticas ESG para aumentar valor de marca e atrair investimentos.
Normas que mudaram o jogo
O advogado Evandro Grili, da Brasil Salomão & Matthes, destacou que ESG virou política de Estado no Brasil e já está refletido em normas que regulam carbono, governança e licenciamento. “Hoje, a licença social para operar depende de diálogo real com comunidades. Sem isso, o custo explode em processos, atrasos e perda de valor”, alertou. Ele citou padrões como as normas ISO 37000, 37301 e 14064, que definem parâmetros de governança, compliance e medição de emissões, tornando a prática um passaporte para competitividade internacional.
Foco, risco e resultado
Na visão do diretor-técnico da H&P, Guilherme Rodrigues, a agenda ESG precisa ser encarada com pragmatismo. “Não é checklist nem ideologia; é gestão de riscos e produtividade. Quem aplica com foco em temas materiais, como clima, direitos humanos e relacionamento com comunidades, colhe eficiência e inovação”, disse. Ele trouxe números: a consultoria já atuou em mais de 800 projetos em 850 municípios, com resultados que mostram como due diligence ESG, benchmarking setorial e roadmaps estruturados podem abrir portas para novos mercados.
Da estratégia ao dia a dia
Encerrando o encontro, a coordenadora de Performance ESG da H&P, Juliana Aschar, apresentou um roteiro prático para empresas: diagnóstico, planejamento, integração de riscos, monitoramento e comunicação transparente. Ela frisou a importância da chamada dupla materialidade — medir tanto o impacto do negócio no ambiente quanto do ambiente no negócio. “É fundamental ter metas responsáveis e métricas claras. O ESG gera rastreabilidade, reduz riscos reputacionais e financeiros e sustenta auditorias. No fim, não é custo, é investimento em credibilidade”, concluiu.
Canal-Jornal da Bioenergia com informações da Fieg