2º Seminário de Irrigação de Goiás será realizado em Goiânia

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Com o tema ‘Irrigação: eficiência e sustentabilidade na agropecuária’, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Goiás (Sebrae Goiás), realizará nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, em Goiânia (GO), o 2º Seminário de Irrigação de Goiás. O objetivo do evento é envolver os produtores rurais, técnicos e sociedade no debate sobre a utilização sustentável da água. O evento ocorrerá no auditório da Federação e pretende reunir irrigantes de todo o estado.

A programação do Seminário será dividida em quatro painéis que discutirão ‘Construindo Ambientes Produtivos’, Sistemas e Tecnologias de Irrigação na Agricultura’, Sistemas e Tecnologias de Irrigação na Pecuária’ e ‘Alternativas Energéticas para a Irrigação’. O evento contará com palestras de Miguel Daoud, do Canal Rural; consultora técnica da Faeg, Jordana Sara; Lineu Rodrigues, da Embrapa Cerrados; Dr. Afonso Peche, do Instituto Agronômico de Campinas; Dr. Luis Henrique Bassoi, da Embrapa Instrumentação; Cláudio Toledo, da Pivot Irrigação; consultor da MS Integração, Dirceu Broch; Adilson de Paula Almeida, das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), do secretário executivo do FCO, Danilo Ferreira Gomes; José Carlos, diretor executivo da Mtec Energia e Vitor Gaiardo, produtor rural e engenheiro eletricista. Durante o evento, serão apresentados também Casos de Sucesso.

Dados irrigação

De acordo a consultora técnica da Faeg, Jordana Sara, Goiás irriga cerca 180 mil hectares, sendo 70% por pivô central, segundo levantamento realizado em 2014 pela Secretaria de Desenvolvimento (SED). Já o estudo da Agência Nacional das Águas (ANA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Goiás irriga 233 mil hectares, com base em imagens de satélite. Entre os municípios que mais irrigam estão Cristalina, Paraúna, Campo Alegre, Água Fria, Jussara, Rio Verde, Luziânia, Morrinhos, Cabeceiras, Ipameri e Formosa. Ela explica que a soma destas áreas representa 61% da área irrigada no estado. “A irrigação é responsável pelo aumento da produtividade em até quatro vezes, sem a necessidade de abertura de novas áreas, reduzindo muito a pressão sobre remanescente nativos”, comenta.

Segundo Jordana, áreas irrigadas são verdadeiras caixas d’água, já que possuem sua ‘capacidade de campo’ abastecidas. “É muito comum durante épocas de seca, quando o nível dos cursos d’água naturalmente são mais baixos, devido redução da vazão, isso não ser evidenciado em áreas com barragens e áreas irrigadas, já que durante a seca a grande caixa d’água abastece esses cursos d’água de forma subterrânea”, explica.

Em relação à segurança alimentar, o mundo precisará aumentar 70% sua produção para garantir uma certa segurança alimentar para a população mundial. Isso porque o Brasil é apontado como responsável por 60% deste aumento. “Não existem alternativas para garantir a segurança alimentar que não a utilização de novas tecnologias. Mas a irrigação é a grande esperança e alternativa para garantir a segurança alimentar a população mundial”, pontua a consultora.

Agricultura

O pesquisador da Embrapa Instrumentação, Luís Henrique Bassoi, abordará a temática ‘Agricultura de Precisão e Irrigação’. Para ele, a utilização de um sistema de irrigação em uma cultura agrícola pode dar maior garantia ao produtor rural durante a colheita. Ele conta que apesar da adoção ter um custo maior de produção, a produtividade alcançada pode ser bem maior. Em geral, entre duas a quatro vezes, caso a mesma cultura seja conduzida em condições de sequeiro, no mesmo local e período. “O aumento varia em função do local e época de cultivo, ou seja, da demanda de água pela cultura e da ocorrência ou não de chuvas durante o ciclo”, explica.

De acordo com o Luís, no caso em se adotar um sistema de irrigação numa cultura agrícola, é necessário basicamente da realização de análise física do solo -, para saber a textura, retenção pelo solo e sua capacidade de armazenamento, o dimensionamento de um sistema de irrigação de acordo com a topografia, com os resultados da análise física, e da necessidade de água pela cultura, com base na sua evapotranspiração. Ele explica que é necessário realizar um manejo de irrigação para aplicar o volume de água que a planta necessita em duas diferentes fases de desenvolvimento. “O manejo de irrigação nada mais é que a utilização de critérios com base nas informações do solo, da planta e do clima para definir esse volume e o momento da irrigação”, comenta.

Durante sua palestra, serão abordadas informações sobre Agricultura de Precisão e Irrigação, formas de utilização de procedimentos e ferramentas de agricultura de precisão para se obter o conhecimento sobre a variabilidade de atributos do solo, da planta e do clima no espaço (área cultivada) e no tempo (ciclo da cultura), e assim fornecer subsídios para a tomada de decisão pelo irrigante quanto a aplicação de água em uma cultura agrícola por um sistema de irrigação.

Pecuária

O consultor da MS Integração, Dirceu Broch, discorrerá sobre Alta Produtividade na Integração Lavoura-Pecuária com Sistemas Irrigados’. Conforme analisado por ele, atualmente a irrigação é um sistema seguro, já que quando o produtor adota esta técnica obtém até duas safras por ano, sem perda de água, tanto por excesso ou por tempestade. Isso porque num ano o produtor consegue fazer duas safras e no outro é possível fazer três. Para ele, quando a prática é adotada na pecuária alcança ainda mais rentabilidade. “A irrigação é a cereja do bolo, a complementação final, uma das últimas etapas do processo para ter alta produtividade”, pontua.

Programação 31/08/2017
Local: Auditório da FAEG
14h00: Inscrições
14h30: Abertura

Palestra de abertura
15h: “Panorama econômico e político do país: Para onde vamos? ” – Miguel Daoud – Canal Rural
16h: Política Nacional de Recursos Hídricos e Cobrança pelo uso da água – Jordana Sara – Faeg
16h40: Debate

Painel 1: Construindo Ambientes Produtivos

17h: Nova proposta para estimativa da quantidade de água utilizada na agricultura irrigada – Lineu Rodrigues – Embrapa Cerrados
17h40: Mecanização Conservacionista e Reestruturação Hídrica em Bacias Hidrográficas – Dr. Afonso Peche – Instituto Agronômico de Campinas
18h20: Debate
18h40: Coquetel e Visita Estandes

Programação 1º/09/2017

Painel 2: Sistemas e Tecnologias de Irrigação na Agricultura
08h30: Agricultura de Precisão e Irrigação – Dr. Luis Henrique Bassoi – Embrapa Instrumentação
09h10: Espaço patrocinador
09h20: Viabilidade da Irrigação e comparação com áreas de sequeiro – Cláudio Toledo – Engenheiro Agrônomo
09h50: Pivot: Levando tecnologia ao Campo – Leonardo Jacinto
10h: Debate
10h20: Coffee Break

Painel 3: Sistemas e Tecnologias de Irrigação na Pecuária
10h35: Alta Produtividade na Integração Lavoura-Pecuária com Sistemas Irrigados – Dirceu Broch consultor da MS Integração
11h15: Ágil: Regularizando propriedades rurais – Fernando Godoy
11h25: O impacto da irrigação da pastagem nos resultados de sistemas de produção pecuária – Adilson de Paula Almeida Aguiar – Consultor Consupec e professor da Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu)
12h05: Espaço patrocinador
12h15: Debate
12h35: Intervalo para almoço

 Painel 4: Alternativas Energéticas para a Irrigação

14h: Plano Estratégico de Investimentos da ENEL GOIÁS para o setor rural – representante
14h20: Sistemas de geração de energia fotovoltaica e a sua regulamentação – José Carlos engenheiro eletricista e diretor executivo da MTEC Energia
15h: Avanço da energia fotovoltaica no campo – Vitor Gaiardo engenheiro eletricista e produtor rural
15h40: Programas de Financiamento direcionados para energias renováveis e irrigação em Goiás –Danilo Ferreira Gomes – Secretário Executivo do FCO
16h: Espaço patrocinadores
16h30: Debate e Encerramento
16h50: Coffee Break

 

 

 

Faeg

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