Recorde nas vendas de etanol hidratado: bom para o mercado, meio ambiente e população

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O mais recente relatório quinzenal da safra 2018/2019 de cana-de-açúcar divulgado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), no último dia 12/11, apresentou um expressivo volume de etanol hidratado comercializado no mercado interno pelas unidades produtivas da região Centro-Sul do Brasil. As vendas do biocombustível atingiram 1,07 bilhão de litros na segunda quinzena de outubro, crescimento de 26,54% em relação à mesma quinzena do ano anterior (849,48 milhões de litros). Esta marca representa um novo recorde de comercialização doméstica do hidratado em uma única quinzena.

Para o diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, além dos números refletirem um bom momento do mercado para os produtores, quem mais ganha com esta alta competividade do etanol são os consumidores. “Quem mais deve comemorar este recorde é a população em geral, pois a utilização do etanol traz benefícios diretos ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Quando comparado à gasolina, o biocombustível gerado da cana emite até 90% menos CO2, um dos principais gases causadores do efeito estufa”, explica o executivo.

Para se ter uma ideia da contribuição do etanol para a qualidade do ar, desde 2003, ano de introdução da tecnologia flex no Brasil, até o mês de setembro de 2018, o uso do biocombustível nos veículos leves, seja  na forma de anidro (misturado à gasolina na proporção de 27%) ou hidratado (direto na bomba), proporcionou uma redução superior a 500 milhões de toneladas de CO2. Utilizando a mesma comparação, o total de emissão evitado pelo renovável da cana é comparável a cerca de 840 milhões de viagens de caminhão entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Estudos da USP revelam que a substituição da gasolina pelo combustível renovável produzido da cana proporciona uma queda significativa no número de internações e óbitos decorrentes de doenças respiratórias e cardiovasculares no sistema público de saúde. “Se usássemos apenas combustível fóssil em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, teríamos um aumento de quase 10 mil novos casos de internação hospitalar em função somente dos poluentes gerados pela gasolina e diesel”, afirma Padua, citando dados do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP.

A questão econômica também deve ser destacada, pois “o etanol alivia o bolso do consumidor”. Tomando como base os preços dos combustíveis na última semana em São Paulo e comparando esses valores com o rendimento técnico médio dos veículos (73%), é possível concluir que, um proprietário de carro flex que utiliza em torno de 200 litros de combustível por mês, pode obter uma economia aproximada de R$ 120 mensalmente optando pelo etanol. Unica

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