Divulgacão- Aprobio

Entrevista: Júlio Cesar Minelli-Diretor Superintendente da APROBIO

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Desde 2011 atua na Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio). É engenheiro mecânico, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Já trabalhou em empresa de produto para embalagens plásticas (RIONIL), na engarrafadora de águas PERRIER, VITTEL DO BRASIL (do Grupo Nestlé), e no Consórcio Capim Branco Energia, onde ocupou a presidência, participando do processo de implantação e operação de duas usinas hidrelétricas do Complexo Energético Amador Aguiar, no Triângulo Mineiro.

Para o biodiesel, quais foram os principais avanços em 2015?

O ano passado foi um ano difícil para a economia, contudo, foi um ano de consolidação do setor. Fechamos o primeiro ano completo com a mistura de 7%. Até outubro, a produção acumulada registrava alta de 19,7% frente ao mesmo período do ano anterior. Toda a cadeia respondeu de forma positiva ao aumento, ainda que reduzido em função da queda do consumo de diesel.

Quais dificuldades não foram superadas?

O setor ainda precisa da formalização das regras para o uso de biodiesel em teores acima do B7. Durante 2015, o assunto foi intensamente discutido com o Ministério de Minas e Energia e apenas em novembro foi resolvido no âmbito ministerial.

Hoje, ainda há uma necessidade de revisão de regras pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ajustando suas resoluções ao novo ordenamento regulatório. Pouco mais de um mês após a publicação da portaria pelo MME, já fomos informados pela agência de que o processo de adequação está em andamento e uma consulta pública será disponibilizada em breve. Além disso, como todo setor produtivo, as instabilidades econômicas e variação na cotação do dólar influenciaram o mercado. Apesar da grande ociosidade, ainda presente, o setor segue forte para 2016.

Quais as expectativas do setor ?

Esperamos que a situação político econômica melhore para que o país volte a crescer. O biodiesel faz parte de um setor importante e que contribui com o PIB (gerando empregos e proporcionando renda para famílias da agricultura familiar), melhora a qualidade do ar (impactando diretamente na saúde) e, de acordo com a iNDC apresentada pelo Brasil na COP-21, já teria um importante papel para o atingimento da meta proposta de 2°C. Mas, vale lembrar, o documento final registra bem abaixo de 2ºC, portanto ainda haverá mais espaço para o crescimento desse biocombustível. Por isso, contamos com o avanço do seu uso voluntário. Do ponto de vista regulatório, o setor ainda trabalha pela ampliação da mistura obrigatória. Assim, a expectativa é que o tema seja discutido e aprovado no legislativo e que o aumento da mistura possa alavancar os ganhos e benefícios trazidos pelo biodiesel (ambiental, econômico e de saúde) às nossas cidades.

CANAL-JORNAL DA BIOENERGIA

 

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